terça-feira, 27 de outubro de 2009

Segurança do Paciente – Alianças Mundiais

Entrevista com David Bates

"Pelo menos um paciente a cada dez sofre o dano inadvertido"
Chefe da Divisão de Medicina Geral no Brigham and Women's Hospital, em Boston, e diretor médico de Análise Clínica e da Qualidade para Cuidados Médicos de Parceiros, David Bates, que tem pós-doutorado em medicina na Harvard Medical School e é colaborador externo do programa de pesquisa para a Aliança Mundial de Segurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde abrirá o Pré-Congresso Internacional de Acreditação, que acontecerá no dia 9 de novembro, no Rio de Janeiro.

Na conferência sobre Segurança do Paciente – Alianças Mundiais, o Dr. Bates discutirá a evidência dos benefícios potenciais da tecnologia da informação na saúde para melhorar a segurança da medicação no Brasil e em outros países.

Em entrevista exclusiva, o médico fala das pesquisas que vêm desenvolvendo para melhorar a segurança do paciente. “Em cada país estudado até agora, os pacientes são prejudicados às vezes pelo cuidado que recebem, mesmo que de forma não intencional. Pelo menos um paciente a cada dez sofre o dano inadvertido.”

Qual a importância e os benefícios da tecnologia da informação para medir e melhorar a qualidade do atendimento dentro do campo da segurança de medicamentos? O que deve ser observado para aumentar a segurança nesse aspecto?

A prescrição automatizada, em particular, pode levar a uma redução maior na frequência dos erros de medicação, aproximadamente 80%, em diversos estudos.

Que comprovações chegou com a pesquisa que fez para avaliar a incidência e prevenção de eventos adversos em relação ao uso das drogas?

A pesquisa mostra claramente que a prescrição automatizada reduz o risco de que aconteçam erros sérios na medicação; Erros que podem prejudicar pacientes. A maioria dos estudos não foi suficiente, porém, para avaliar o impacto nos eventos adversos da droga, que são muito menos frequentes do que erros.

Que outras pesquisas desenvolveu ou vem desenvolvendo e que podem contribuir para a segurança do paciente?

A codificação em barras e as bombas de infusão “inteligentes” (aparelhos utilizados para infundir drogas ou nutrientes, com controle de fluxo e volume nas vias venosa, arterial ou esofágica) são outras duas áreas que têm o potencial de melhorar a segurança do paciente. O trabalho recente feito por nosso grupo mostra que as medicações com código de barras podem diminuir a frequência de erros na dispensação, e o outro trabalho sugere que a taxa de erro da administração seja igualmente mais baixa. As bombas de infusão “inteligentes” são dispositivos que podem registrar que a medicação está sendo infundida, e podem advertir a enfermeira se uma dosagem muito elevada está sendo liberada.

O Senhor que já atuou em três centros de excelência, que tipo de avaliação faz dos serviços de saúde da América Latina, e em especialmente, do Brasil?

É importante para o Brasil começar a implementar algumas dessas tecnologias para melhorar a segurança do paciente. As três com grande potencial de impacto parecem ser a prescrição computadorizada, o código de barras e as bombas de infusão “inteligentes”.

Por que defende uma aliança mundial em saúde? O que é preciso para que países como o Brasil possam participar dessa aliança?

O problema da segurança do paciente é um problema global. Em cada país estudado até agora, os pacientes são prejudicados às vezes pelo cuidado que recebem, mesmo que de forma não intencional. Pelo menos um paciente a cada dez sofre o dano inadvertido. Contudo, muitas das soluções são comuns aos diversos países. Assim, o Brasil pode aprender com as experiências de outras nações a tornar o cuidado mais seguro para os seus pacientes.

Quais as novidades e/ou aspectos importantes que irá abordar no Pré-Congresso Internacional de Acreditação, que tem com tema principal Acreditação e Segurança do Paciente?

Eu discutirei a evidência dos benefícios potenciais da tecnologia da informação na saúde para melhorar a segurança da medicação no Brasil e em outros países. As tecnologias específicas enfocadas incluirão a entrada de ordem computadorizada do médico, a codificação em barras de medicamentos, as bombas de infusão “inteligentes”, e a monitoração computadorizada para eventos adversos da droga.

Fonte: SB Comunicação

Para participar da conferência Segurança do Paciente – Alianças Mundiais é preciso se inscrever no Pré-Congresso Internacional de Acreditação. Para inscrições feitas até o dia 31 de outubro o valor é 150 euros. Após essa data o valor passa a 180 euros. Mais informações podem ser solicitadas através do e-mail:
rosangelaboigues@cbacred.org.br, pelo site www.cbacred.org.br ou pelos telefones (21)3299.8241/3299.8242/3299.8200.

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