quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Boas Práticas levam TotalCor a acreditação internacional CBA/JCI

Mudar a cultura. Este foi o principal desafio, na opinião do diretor técnico do Hospital Total Cor (SP), Valter Furlan, para a conquista da certificação internacional de hospital acreditado pela Joint Commission International (JCI). Como objetivo, toda a equipe do Total Cor via apenas um caminho: continuar a busca constante pelas melhores práticas e segurança para o paciente.
Essa cultura é antiga, segundo Furlan, que está no Grupo Amil há 14 anos e liderou todo o processo de acreditação e reacreditação, respectivamente em 2005 e 2008, do Amil Total Care, a primeira instituição ambulatorial a ser acreditada pela Joint Commission International na América Latina. Na bagagem, além das experiências anteriores, a facilidade de trocar ideias com a direção do Hospital Paulistano, outro hospital do grupo, que também passava pelo processo de acreditação. “O processo foi feito em conjunto. Ambos os hospitais enfrentaram problemas parecidos e sempre nos reuniamos para discutir quais as melhorias que tínhamos a fazer”, relembra Furlan.

Para fazer com que toda equipe passasse a trabalhar com as normas internacionais de segurança, o diretor conta que foi preciso conscientizar médicos, enfermeiros e técnicos que todos ganhariam com a acreditação. “Fizemos reuniões frequentes para mostrar o que cada uma das metas internacionais de segurança poderia trazer de benefícios para o paciente e para a instituição como um todo. Tivemos o tempo todo o envolvimento do corpo clínico e foi graças a ele que, quando surgia qualquer problema, o mesmo era relatado. Nós não estávamos preocupados em punir ninguém, muito pelo contrário, o que a gente queria era corrigir o processo. Essa foi uma estratégia bastante clara: a direção estava preocupada com a cultura de não punir, mas de melhorar o processo”, confirma ele, dizendo que houve uma exclusão natural no quadro de funcionários: “Algumas poucas pessoas não se adaptaram ao padrão que estava sendo implementado e pediram para sair espontaneamente.”

Segundo o diretor-técnico, mesmo após a conquista da acreditação, o trabalho continua. “A gente estabeleceu durante o processo vários protocolos gerenciados e isso continua sendo desse jeito; As pessoas designadas para cuidar de cada protocolo continuam treinando todas as pessoas envolvidas no processo. Temos reuniões periódicas mensais para falar sobre os nossos resultados, nós mesmos fazemos nossas auditorias. Se por acaso notarmos que algum item precisa de atenção, promovemos o plano de ação para poder corrigir o que eventualmente tenha piorado. Nosso comitê de qualidade continua atuando”, diz Furlan, que complementa dizendo que o hospital tem hoje uma cultura de avaliar o que está sendo feito. “Brincamos dizendo que as pessoas que trabalham conosco, no grupo Amil, têm uma enzima chamada de ‘insatisfatina’, que faz com que sempre estejamos insatisfeitos com o nosso resultado atual, procurando melhorar sempre, mesmo o que já está muito bom”, vangloria-se.

“Hoje temos alguns protocolos de avaliação do resultado médico como, por exemplo, o que acontece com o paciente que é operado no nosso hospital?, a taxa de morbi-mortalidade, qual é o indicador de infecção de cirurgia limpa?, O que poderia ter sido feito para evitar que houvesse uma infecção de cirurgia limpa? Procuramos comparar os nossos resultados com os resultados das melhores instituições nacionais e internacionais. Além de fazermos uma avaliação global da instituição, também tabulamos os resultados por equipe médica e dividimos com eles seus resultados individuais, sempre com muito respeito e confidencialidade, tanto ao médico, como ao paciente”, relata Furlan.

Segundo ele, todas essas boas práticas foram implementadas e resultaram na melhora em vários indicadores clínicos. O diretor assegura que os protocolos são valiosos: “O protocolo de profilaxia do trombo-embolismo venoso no paciente que é submetido a qualquer procedimento clínico ou cirúrgico, por exemplo, visa diminuir muito a chance dele apresentar uma trombose venosa profunda e a embolia pulmonar, frequentemente graves e que podem levar à morte. Outro protocolo prevê que o paciente que chegue com o quadro de dor torácica aguda seja submetido a um eletrocardiograma em até dez minutos de sua chegada ao pronto Socorro e que a sua artéria coronária seja recanalizada em até 90 minutos. Isso traduziu-se em melhorias e na qualidade de assistência técnica para os pacientes”, avaliza o médico.

Valter Furlan diz que todo esse trabalho significou ver a instituição incluída no seleto rol de hospitais de alto padrão do Brasil e no mundo – os que possuem acreditação internacional. Apesar de ter acabado de entrar para esse grupo, o diretor-técnico do Total Cor já faz planos para melhorar ainda mais os padrões e a qualidade do serviço, já pensando na recertificação. “Já estamos estudando e implantando novos protocolos de atendimentos clínicos, como os protocolos gerenciados de insuficiência cardíaca, de acidente vascular cerebral e de doença arterial coronariana”, adianta.

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