quinta-feira, 2 de junho de 2011

Saiba mais sobre a Carreira: Consultor de Acreditação Internacional CBA/JCI







No ano de 1998, o médico Cláudio Carneiro trabalhava como diretor médico de
um hospital do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Ele conta que até
então, não dispunha de ferramentas que pudesse usar para melhorar o serviço
hospitalar. Foi quando tomou conhecimento do primeiro curso de formação de
avaliadores do recém-criado Consórcio Brasileiro de Acreditação. Ele apostou
na área onde atua até hoje e é categórico ao afirmar: “A acreditação foi o
passo mais significativo dado pela saúde desde minha formatura há mais de 35
anos.” Conheça mais sobre a carreira do Dr. Cláudio Carneiro lendo a
entrevista abaixo.

CBA - O investimento na carreira de consultor em acreditação compensa?

Cláudio Carneiro – Compensa, e muito. Comecei ainda em 1998 com ensaios em
vários hospitais públicos no Rio de Janeiro. No início de 1999 tive a
oportunidade de participar da primeira avaliação à vera. Os benefícios para o currículo
foram muitos. Pude entender da ferramenta da Joint Commission International; pude ter
conhecimento de parâmetros para as mais variadas ações de saúde; visitei muitos hospitais e
serviços complexos; conheci suas dificuldades e a forma como alguns a enfrentaram. Pude fazer os
treinamentos para avaliar o cuidado (Acesso e Continuidade, Direitos do Paciente e
da Família, Educação do Paciente e da Família, Avaliação do Paciente,
Cuidado ao Paciente, Assistência Anestésica e Cirúrgica, Gerenciamento e Uso
de Medicamentos, Prevenção e Controle de Infecções, Educação e Qualificação
dos Profissionais, Qualidade e Segurança do Paciente, Governo e Lideranças
da Instituição, Gerenciamento do Ambiente, Gerenciamento da Informação), enfim, todas estas informações com conteúdo absolutamente prático nos trazem a certeza de dias melhores para a saúde no Brasil.


CBA - Conhecer os Padrões internacionais de Acreditação possibilitou uma visão global de sua profissão regular?


C.C. - Os padrões espelham os sítios das ações de saúde. Dão a dimensão da
qualidade do serviço prestado, orientam sobre formas de avaliar, de agir, de
apurar resultados e de melhorar.



CBA - A ética profissional é um dos quesitos importantes nas atividades do consultor. Como lida com este assunto ao avaliar uma instituição de saúde?


C.C. - A ética deve estar presente em todos os atos de saúde. O profissional
consultor em acreditação de serviços de saúde é um profissional de saúde
(mesmo quando ele é engenheiro, administrador, economista etc.). O consultor
penetra no cerne da instituição, recebe informações que só são dadas para os
profissionalmente envolvidos no cuidado. Além disso, recebe informações
sigilosas das instituições sobre seus negócios, suas parcerias e aqui, de novo, a
ética, agora comercial e de negócios tem que ser respeitada.

CBA - O que faz para se atualizar?

C.C. - Inicialmente leio as notícias que me chegam em mãos e que envolvam
avaliação em serviços de saúde. Depois, leio e releio o manual a cada
avaliação. Ao entrar nas instituições, ouço e tento identificar seus
problemas e como eles são enfrentados. Quando me deparo com processos
evoluídos, procuro incorporá-los aos meus conhecimentos. Do ponto de vista
da própria assistência (até para ter opinião própria) não me afasto dos
livros e revistas utilizadas pelos médicos em suas atualizações. Como médico
da assistência, identifico no que faço as oportunidades que podem convergir em
melhorias


CBA - Quais são os benefícios de suas atividades para os profissionais e gestores de Saúde?

C.C. - Para os profissionais de saúde estas atividades transformam o atendimento solitário,
ensimesmado, em atividade coletiva com objetivos definidos, ações de soma. Para os profissionais gestores de saúde abre um mundo de formas de conduzir, de apreciar, de apurar, apresentando condutas e ferramentas de impacto na qualidade e segurança dos serviços prestados. Transforma o trabalho em uma escola ampla, continuada, multifacetada, trazendo conhecimento a cada ato, como se fosse uma “escola de trabalho”.


CBA - Qual a importância do consultor de educação no contexto da Saúde no Brasil?

C.C. - O processo de consultoria em saúde traz para as instituições
prestadoras de cuidado de saúde a oportunidade de planificação,
uniformização, avaliação de resultados e introdução de ferramentas e
processos de melhoria consistentes. Os resultados apurados são cotejados com
o que melhor se dispõe para aquele ato, procedimento, evento etc.. Os erros são trabalhados e usados
para o acerto em grau maior.



CBA - O que um profissional que pretende ser um consultor de educação internacional deve considerar antes de iniciar a sua capacitação?



C.C. – Deve considerar se tem tempo para dedicar à atividade, inclusive aos treinamentos; se
está aberto para receber variados tipos de apreciação sobre o mesmo tema; se
tem, internamente, um processo de melhoria da qualidade como profissional e
como indivíduo.


CBA – O senhor se sente hoje um profissional mais valorizado por ter experiência com a acreditação internacional?


C.C. - Sinto-me muito mais valorizado. Primeiro porque conheço muitas
instituições especiais que buscaram um processo de qualidade e segurança na
prestação do cuidado de saúde. Conheço muitos indivíduos, muitos
profissionais cheios de fé, de vontade e de idéias. Conheço formas de fazer
que não eram, aparentemente, as melhores, mas que deram certo. Conheço novas formas utilizadas
por profissionais e instituições para melhoria de ações e processos que
quase revolucionaram os hábitos.


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Padrões e metodologia da qualidade são responsáveis pelo crescimento da acreditação internacional JCI no Brasil


Padrões e metodologia da qualidade são responsáveis pelo crescimento da acreditação internacional JCI no Brasil

Nos últimos quatro anos, o crescimento do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), instituição que representa com exclusividade a Joint Commission International (JCI) no país, foi de 100%, em média, em relação a sua carteira de clientes. Nos últimos três anos, por exemplo, o número de instituições de saúde acreditadas saltou de 12 para 23. Atualmente, 80 instituições estão em processo visando a acreditação internacional JCI, entre hospitais, ambulatórios, unidades de cuidados continuados, empresa de transporte médico e programas de doenças específicas.

O Coordenador de Educação e Projetos do CBA, Heleno Costa Junior, atribui esse crescimento a alguns diferenciais prestados pela instituição, como: o manual de padrões internacionais da JCI ser mais voltado para qualidade e segurança do paciente, ao nível de seriedade e exigência da equipe de acreditação do CBA e ao trabalho de consultoria desenvolvido pela equipe técnica do CBA na preparação das instituições para a acreditação. Heleno diz que os próprios clientes apontam o manual de padrões como o primeiro grande diferencial do CBA. “Nosso manual é mais objetivo na descrição dos padrões, na lógica da colocação desses padrões e na proposta de aplicação desses padrões. A metodologia é muito mais objetiva e clara”, argumenta.

Gerente da Qualidade da Rede de Hospitais São Camilo, Daniela Akemi, reforça que o manual JCI deixa muito claro o que deve ser feito obrigatoriamente acerca da segurança do paciente, focando as necessidades de cuidados e segurança, e reduzindo a subjetividade na interpretação dos padrões, propósitos e elementos de mensuração. Superintendente de Desenvolvimento Institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Cleusa Enck, reitera a boa estruturação do Manual de Acreditação da JCI. “Conheço com mais profundidade os manuais do CBA/ JCI, mas já trabalhei com o manual do sistema nacional de acreditação. A estruturação dos mesmos é diferente, o Manual da JCI é todo estruturado no formato de processos e metodologia tracer. Já o nacional possui seções focadas em áreas específicas, embora para o nível 3 tenha-se referência de gestão sistematizada da organização”, compara ela, dizendo-se fã da metodologia adotada pela JCI/CBA.

É justamente a metodologia da JCI outro diferencial apontado pelo coordenador do CBA. “Os clientes que já tiveram contato com a nossa metodologia e as dos concorrentes dizem que é muito mais fácil trabalhar com a JCI, pois eles ganham um conhecimento voltado para o dia a dia, para a prática”, afirma Heleno. Para a superintendente institucional do HAOC, a metodologia tracer permite que a avaliação seja fidedigna: “Não mascaramos o formato de assistir o paciente. Por esta metodologia, demonstramos a que tipo de exposição os nossos pacientes se submetem. É uma metodologia fantástica, apesar de árdua, pois a ‘nossa casa’ passa a ser vasculhada, com a diferença que os anfitriões permitem esta prática.” Para Cleusa Enck, a metodologia é altamente educadora, já que procura fazer a rota do paciente. Daniela Akemi reitera que a metodologia é um instrumento essencial na educação dos profissionais. “A metodologia tracer é o coração do modelo de gestão internacional, é a principal busca de evidências objetivas da prática assistencial e de todas as políticas da instituição”, assegura a gerente da Qualidade do Hospital São Camilo.

Akemi ressalta que a consultoria de educação prestada pelo CBA durante a preparação da instituição para a acreditação é bastante relevante para a melhoria da qualidade. “A discussão e o pleno entendimento de conceitos reduz falhas de interpretação, evita retrabalho e desperdício de tempo”, enumera a representante do São Camilo. Segundo Heleno Costa Jr., o papel da consultoria do CBA no processo de educação é o de dar mais funcionalidade ao processo de preparação da instituição para a acreditação. Mas ele ressalta: “o fato de fazermos consultoria e também sermos um órgão acreditador, não implica na obrigatoriedade da acreditação. Para isso, temos estruturas, equipes e coordenação distintas.”

A consultoria do CBA também é considerada vital por Cleusa Enck. “É como preparar-se para uma prova. Os educadores nos ajudam, alertam para as melhores práticas, nos fazem decodificar os padrões. O que importa de tudo isso não é o selo de qualidade e sim o que fizemos para ter este selo conosco. Daí a importância do processo educativo”, defende a Superintendente de Desenvolvimento Institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Equipe do CBA faz análise de projetos para construção de hospitais


O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) oferece um novo serviço às instituições hospitalares: a consultoria para análise técnica de projetos de construção de hospitais sob a ótica da acreditação internacional. “Nossa primeira consultoria foi há três anos para o Hospital Anália Franco – AMIL , em São Paulo”, conta Heleno Costa Júnior, Coordenador de Educação do CBA. Embora, o serviço não seja uma novidade, o representante do CBA afirma que só agora a iniciativa tomou fôlego. “Além de trabalharmos para o Hospital Marcelino Champagnat (PR), estamos negociando com outras duas instituições no Rio de Janeiro”, revela.

Para realizar a análise, o CBA possui equipe formada por engenheiros, arquitetos e técnicos em acreditação que discute as necessidades da construção sob os parâmetros da acreditação da Joint Commission International (JCI). “Procuramos obedecer às necessidades do hospital e sugerimos melhorias no projeto”, diz Heleno afirmando que o trabalho vai além da parte estrutural. “No caso do Marcelino Champagnat, por exemplo, estamos fazendo a educação sobre a metodologia e processos da JCI para os gestores já contratados por eles. O intuito é que esses gestores já planejem suas atividades em cima do que preconiza os padrões internacionais de acreditação”, aponta.

Heleno conta que para esse tipo de consultoria, a equipe do CBA leva em consideração o perfil assistencial do hospital e os parâmetros relativos à legislação e os padrões estabelecidos no Manual de Acreditação Hospitalar da JCI. “Temos como regra fazer valer o que for mais rigoroso, a lei ou o padrão. Como estamos falando de um processo de excelência de qualidade, muitas vezes precisamos de um plus, de ir além do que diz a lei para alcançar essa qualidade”, salienta. O coordenador de Educação do CBA assegura que também são avaliados os fluxos e processos. “Se o hospital terá uma farmácia central ou uma farmácia descentralizada. Isso implica em fluxos diferentes de trabalho e em processos diferentes de controle. Hoje a maioria dos hospitais opta por ter uma farmácia central e pequenas farmácias satélites em áreas críticas: centro cirúrgico, unidades intensivas e emergência. Isso facilita a obtenção de medicamentos dentro dessas áreas crítica”, exemplifica Heleno.

Outro ponto crítico observado diz respeito às áreas de expurgo e de materiais de limpeza. “Expurgo é onde ficam guardado todos os materiais que podem ser considerados resíduos, materiais infectantes e lixo. Em geral as pessoas misturam as duas áreas, ou alguns projetos não consideram uma área para expurgo”, alerta o representante do CBA. Outra questão levantada por ele é falta de rota de fuga. “Isso acontece muito em almoxarifados, farmácias, lavanderias, geralmente construídas nos cantos dos edifícios. É preciso que os projetos levem em considerações possíveis situações calamitosas e a valorização da vida humana”, sublinha o coordenador de Educação do CBA.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Novo manual de acreditação traz mudanças ao processo de acreditação


Novo manual de acreditação traz mudanças ao processo de acreditação

Em sua quarta edição, os manuais da Joint Commission International (JCI) são revisados a cada três anos. O novo manual para o setor hospitalar, adotado em todo o mundo a partir de janeiro deste ano, foi revisado e aprimorado pelos 16 membros do Comitê Internacional de Padrões de Qualidade e Segurança (o Consórcio Brasileiro de Acreditação é representado pela Coordenadora de Acreditação, a médica Ana Tereza Miranda). O Manual de Acreditação Hospitalar, versão 2011, conta agora com cerca de 340 padrões e mais de 1.230 itens de verificação. “Além disso, a JCI aumentou o rigor para acreditar uma instituição. Antes, a exigência era de que um hospital cumprisse em 80% as metas propostas no manual. A partir de agora, o índice mínimo é 90%”, adverte Heleno Costa Júnior, Coordenador de Ensino do CBA.

Segundo ele, a nova versão tem um grande diferencial no capítulo que trata da gestão da qualidade e segurança dentro das instituições de saúde. “Houve um aumento no rigor em relação à análise do gerenciamento de indicadores, gerenciamento de eventos adversos e de eventos de sentinela”, avalia dizendo que a perspectiva da JCI foi dar maior grau de profissionalização ao processo de gestão de qualidade. “Isso ficava permeado por algumas iniciativas muito básicas no processo de gestão. Nessa nova versão do manual, a JCI apertou esse rigor. A lógica é fazer com que a instituição demonstre de forma muito técnica e científica como ela faz a gestão dos seus indicadores, principalmente os clínicos, de desempenho”, explica. Critérios mais rigorosos representam a necessidade de um tratamento estatístico dos indicadores com maior seriedade. Heleno exemplifica dizendo que toda vez que uma instituição for publicar ou se utilizar publicamente de um indicador próprio, ela precisará provar que aquele indicador é confiável, através de uma auditoria independente externa. “Será preciso validar os dados do ponto de vista técnico, científico e estatístico”, argumenta. Segundo o coordenador do CBA, poucos hospitais no Brasil têm essa prática. “O Albert Einstein, por exemplo, publica em seu site, a taxa de infecção hospitalar. Para continuar publicando será preciso referendar aquele número com uma instituição independente para certificar que ele foi colhido sob método científico e estatístico. Isso vem ao encontro de uma questão ética, pois a instituição vai publicar um dado que ele apresenta com um bom resultado e que vai gerar uma expectativa dentro da sociedade sobre a qualidade dos serviços daquele hospital”, argumenta.

Outra novidade em relação ao manual é o capítulo que trata da avaliação de desempenho dos médicos. “A instituição deve ter uma avaliação anual de desempenho dos médicos em relação à atividade que cada um deles presta na instituição. O hospital tem que estabelecer um conjunto de critérios e parâmetros de qualidade para avaliar esses médicos e dizer se eles estão em conformidade com esse padrão, se o trabalho está em uma média aceitável, com base técnica e científica”, conta Heleno. Segundo ele, cada instituição deve estabelecer seu o próprio padrão, mas é preciso que cumpra o mínimo estabelecido pelo manual: tempo de permanência, dados de morbidade, utilização de consultas de especialistas, solicitação de exames e procedimentos, padrão de uso de sangue e produtos farmacêuticos em geral e procedimentos cirúrgicos e clínicos, incluindo seus resultados.

O Coordenador de Educação do CBA revela que os hospitais estão passando a contratar estatísticos e epidemiologistas, profissionais especializados em fazer uma análise, por exemplo, dos motivos que levaram cada médico a solicitar exames. “Em pesquisa recente em uma instituição, encontramos 17% de exames desnecessariamente pedidos e, desses, 25% só foram entregues depois da alta do paciente, ou seja, não serviram para nada”, alerta. Heleno adianta que a lógica desta cobrança sobre os médicos não é cercear seus direitos ou trabalho, mas conduzir o aprimoramento dos profissionais que se encontram no mercado. “Muitas das vezes, o próprio médico não sabe que seu resultado não está adequado a padrões que nem existiam, mas que precisam ser criados e mantidos. A lógica é que os médicos sejam avaliados dentro de critérios de consenso do próprio grupo e depois eles recebam o feedback para melhorar ou manter o seu desempenho”, defende Heleno.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Entidades de classe apontam benefícios da acreditação


Entidades de classe apontam benefícios da acreditação





Há dez anos, falar de acreditação internacional em saúde parecia ser um sonho, já que apenas duas instituições de saúde do Brasil possuíam acreditação internacional da Joint Commission International (JCI), maior agência acreditadora do mundo: o Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e o Hemorio (RJ). Hoje, o retrato é outro. O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) – representante exclusivo no Brasil daJCI, fechou o ano de 2010 com 24 instituições acreditadas/certificadas (15 hospitais, 3 ambulatórios, 3 instituições de cuidados continuados, 1 instituição de transporte médico e 2 programas de gerenciamento de doenças ou condições específicas) e ampliou em 150% o n&uacut e;mero de ingressantes no Programa de Acreditação Internacional JCI/CBA.

O crescimento desse mercado amplia os horizontes de atuação dos profissionais da área de saúde e também promove a melhoria na prestação dos serviços do setor.. Esse é o pensamento do Vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Alagoas, o hematologista Wellington Moura Galvão. “A acreditação é positiva, na medida em que promove a adequação dos serviços, tanto nas redes públicas como nas redes privada e suplementar de assistência, resultando na melhoria das condições de trabalho do médico, o que é uma luta antiga da FENAM”, assegura o médico, que afirma que o crescimento desse mercado vem ate nder a um anseio antigo da Federação e da classe médica. Ele reforça que a categoria se expõe a riscos profissionais e pessoais, muitas vezes respondendo pelas consequências das falhas e deficiências a que está submetido e sobre as quais não tem responsabilidade. Segundo Galvão, a FENAM tem se empenhado na luta pela melhoria das condições de trabalho para os médicos, que comumente são submetidos à atuação em estruturas inadequadas ao exercício ético da medicina: “Os profissionais convivem com superlotação nos hospitais, falta de insumos básicos e de equipamentos, com estrutura física subdimensionada e desorganizada, enfrentam limitações na requisição de exames, sendo sistematicamente impedidos de praticar a medicina em sua plenitude. Nesse cenário, a acreditação representa uma novidade muito bem vinda, capaz de mudar um quadro extremamente adverso que persiste há muito tempo. A FENAM vê na acreditação a possibilidade real de melhoria das condições de trabalho para os médicos, que passam a ter mais segurança para a prática médica.”

Diretor do Cremerj, Arnaldo Pineschi, vê vantagens para o médico em trabalhar num hospital acreditado, já que é um ambiente de excelência de qualidade e cuidado. Ele também aponta benefícios para o paciente, que será atendido em um hospital que segue protocolos de segurança e qualidade. “A instituição preza e precisa cumprir essa excelência para ter essa referência mantida. Há vantagens para todos: o médico, os demais colaboradores e os pacientes”, sentencia. Pineschi aponta vantagens também em relação à questão comercial. “A acreditação faz, muitas vezes, o hospital conseguir tabelas melhores junto a operadoras, na medida em que ele apresenta a qualidade do seu trabalho”, observa o segundo Secretário do Cremerj, que ressalta: “Seja no processo de acreditação ou quaisquer outros, os objetivos devem ser melhor remuneração, melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e melhoria de qualidade e segurança para os pacientes.”

José Carlos Abrahão, Presidente da Confederação Nacional de Saúde, é outro que comunga dos benefícios da acreditação. O médico afirma que o crescimento da demanda pelo processo de acreditação é uma clara demonstração que cresceu a conscientização tantos dos gestores quanto da sociedade em utilizar um serviço de qualidade diferenciada. Partilhando da mesma opinião, o Vice-Presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Edmundo Machado Ferraz, é veemente ao dizer: “O procedimento de Acreditação não é apenas indispensável, mas também inevitável porque certamente será, em curto espaço de tempo, exigido pelos pacientes.”

Com o crescimento da demanda pela acreditação, também aumentou a necessidade de profissionais qualificados e aculturados com os parâmetros de acreditação nos serviços de saúde. “Isso tem uma vertente de melhoria de qualificação e também outra de aumento de novos postos de trabalho, mostrando a importância do setor saúde dentro da economia do país, dentro do complexo de saúde do Brasil que hoje tem uma responsabilidade não só assistencial e social, mas também é um traço importante para a nossa economia”, afirma Abrahão, que também é presidente da International Hospital Federation. Segundo ele, O médico está vendo que precisa ampliar o leque da sua formação. “Atualmente, o médico necessita não só fazer uma especialidade clínica, mas também ter consciência e cultura em termos de gestão de serviços de saúde. E não há gestão de serviços de saúde, independente da especialidade médica que o profissional vá abraçar, sem se falar em acreditação”, afirma categoricamente.

Vice-presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, seção Rio de Janeiro (ABEN-RJ), Angela Cava, também vê na acreditação um novo campo de trabalho para os enfermeiros: “Nós fazemos parte da equipe técnica da acreditação, juntamente com médicos e administradores, logo é uma área que possibilita grande oportunidade de atuação e empregabilidade. Tal afirmação nos remete ao fato de que cada vez mais, se faz imperiosa a avaliação dos serviços de saúde, não só como política governamental, mas principalmente do ponto de vista do monitoramento da assistência de todos os profissionais envolvidos direta ou indiretamente no cuidado ao usuário, seja ele, cliente ou paciente, nos diferentes níveis assistenciais.” Segundo ela, que é professora do Departamento Materno Infantil da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da UNIRIO, na maioria dos hospitais acreditados ou em processo de acreditação, o enfermeiro tem um papel relevante como articulador e facilitador da condução de todos os processos de assistência no âmbito da saúde, em especial, no hospitalar. “A participação ativa dos enfermeiros e equipe de enfermagem no processo de acreditação é mandatória, visto que grande parte dos procedimentos hospitalares, de forma direta ou indireta, demanda algum tipo de ação de enfermagem. Temos, como outros profissionais, o dever de promover assistência dentro dos melhores padrões, com qualidade e segurança e, para tanto, precisamos da utilização de ferramentas de apoio, cujo processo de acreditação do CBA/JCI proporciona”, afirma a professora.

Edmundo Ferraz, que é Professor Titular no Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal de Pernambuco e um dos Coordenadores do Programa Cirurgia Segura junto a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), afirma que apesar da acreditação ser uma exigência do mercado, “é preciso estabelecer uma política de saúde que não apenas estimule, mas estabeleça indicadores de processos de segurança para funcionamento de instituições públicas e privadas. Certamenteque teremos uma longa, mas inevitável caminhada nessa direção.”