
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
DIREITO DO PACIENTE É DEBATIDO EM SEMINÁRIO NA OAB
O representante da classe médica disse que o Novo Código de Ética Médica veio melhorar a relação médico-paciente na medida em que prega a transparência, o respeito e a confiança nessa relação. Segundo ele, o Cremerj está buscando passar essa nova visão aos médicos residentes através de debates e simpósios que objetivam passar transmitir a importância de ver às questões do paciente não apenas do ponto de vista médico, mas também humano. “É preciso que o médico entenda as questões psicológicas que afetam os pacientes e também troque experiências com seus colegas médicos”, enfatiza Moraes.
José Luiz Barbosa Pimenta Junior, membro da Comissão de Bioetica e Biodireito da OAB-RJ, reforçou que é preciso modernizar a legislação para que os direitos do paciente sejam ampliados. Por isso, fez uma retrospectiva histórica dos direitos do paciente nas legislações. Para o advogado, “a comunicação é o elemento de maior importância na relação médico-paciente. Só assim o paciente entende o seu caso e pode ter respeitada a sua autonomia de vontade.”
“O Código de Defesa do Consumidor é moderno, mas as mentes que julgam precisam acompanhar essa modernidade.” Essa foi a opinião de Célia Destri, presidente da Associação de Vítimas de Erro Médico, reforçando que além das leis é preciso entendimento para julgar as questões da saúde. Outra que indagou as saídas para os problemas de saúde foi a advogada e membro da Comissão dos Direitos Humanos da OAB-RJ, Miriam Ventura. “Hoje, a porta de entrada para o SUS é através da Justiça. É preciso que os direitos do paciente não se resuma a obrigatoriedade das leis”, branda Ventura.
Cândida Carvalheira, presidente da Associação Brasileira dos Ostomizados, diz que há 30 anos vem lutando pelos direitos dos ostomizados e que muitos direitos já foram conquistados, mas que falta ainda conhecimento desses direitos tanto por parte dos pacientes como também dos profissionais da saúde. A assistente social do Hospital do Câncer II, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Letícia Batista Silva, ressaltou que os direitos do paciente não se resume ao termo de consentimento livre e esclarecido ao paciente: “É preciso que isso não se torne apenas um procedimento, e sim que faça parte da política da instituição de saúde atender os direitos do paciente.”
O seminário foi encerrado com a mesa sobre prontuário do paciente, abordado por representantes do Hospital São Vicente de Paulo e Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), que ressaltaram a importância do preenchimento completo e correto, já que o documento reflete a história de vida do paciente em suas questões de saúde. Embora a cargo dos profissionais de saúde, o prontuário diz respeito ao paciente, que poderá requerer uma cópia a instituição de saúde e mantê-lo sob sua guarda.
Cerca de 250 pessoas estiveram presentes no evento, que terminou agora, às 17 horas, no auditório da OAB-RJ.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Hospital Paulistano é acreditado internacionalmente pelo CBA/
“Uma vitória!” Foram essas as palavras que o diretor médico do Hospital Paulistano, Márcio Arruda, usou para resumir a sensação de toda a equipe do hospital, que trabalhou durante 30 meses para conquistar o selo da Joint Commission International (JCI), representada no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). “Hoje estamos no seleto grupo de hospitais que conseguiram ser acreditados pela maior acreditadora internacional. Do ponto de vista da operadora, a Amil é a única com dois hospitais e outros serviços de saúde acreditados. Isso só foi possível graças à colaboração de todos”, salienta.
Conseguir coordenar mais de mil pessoas a rever seus processos de trabalho e atuar seguindo padrões internacionais de qualidade foi um desafio para o diretor do Hospital Paulistano. “Tivemos que mudar nosso paradigma e nossa metodologia de trabalho”, assinala Arruda. Segundo ele, as pessoas são resistentes a mudanças, ainda que para melhor. “Foi preciso motivá-las a sair da zona de conforto e pensar numa alternativa diferente para um procedimento que ela já estava habituada a fazer, escrever sobre o novo procedimento e treinar as pessoas continuamente para essa mudança no processo”, revela. Para isso, a estratégia foi informar a toda equipe sobre os benefícios da acreditação. “Trouxemos algumas pessoas que já tinham passado pela mesma situação para falar de suas experiências e resultados. Algumas pessoas do nosso quadro de funcionários que tinham afinidade com a metodologia se apresentaram e a partir daí, constituímos grupos de trabalho para leitura do manual internacional de Acreditação. Começamos a produzir documentos em relação ao manual e a nossas rotinas. Partindo disso, procuramos mostrar para as demais pessoas que precisávamos que elas passassem a trabalhar dessa nova forma”, conta Arruda, que revela ainda que algumas pessoas se sensibilizaram com a metodologia, outras pediram para sair do hospital e outros foram desligadas porque não se adequaram a nova rotina.
Na opinião do diretor, o passo fundamental para a conquista da Acreditação Internacional está no fato de que todos entenderam que a nova maneira de trabalhar as tornaram pessoas diferenciadas, vistas pelo mercado como um profissional mais qualificado. “Nos últimos dois anos, entrevistei todos os enfermeiros que vieram trabalhar no hospital. E eu perguntava o que eles achavam de trabalhar num hospital em acreditação. E eles foram unânimes em responder que, embora fosse trabalhoso construir os processos, eles tinham mais segurança em tomar decisões. Qualquer dúvida, seja para diluir uma droga ou fazer algum tipo de procedimento, eles recorriam à documentação que dava mais embasamento e segurança para eles. Antes, eles demoravam a tomar uma decisão ou podiam até tomar uma decisão que não fosse a mais apropriada para a situação”, referencia Arruda, que reforça ser preciso manter a motivação da equipe, mesmo depois da conquista da Acreditação Internacional. “Daqui a três anos receberemos a visita do organismo acreditador e mesmo durante esse período passaremos pela avaliação externa do CBA, por isso temos que melhorar e criar novos indicadores da qualidade para mostrar que estamos numa curva ascendente de qualidade”, adianta.
Para conseguir manter elevado o interesse dos funcionários da casa e também de novos funcionários que certamente serão integrados ao grupo, o diretor médico do Hospital Paulistano acredita que é preciso manter e aumentar a capacidade de treinamento de pessoal. “Do ponto de vista estrutural, temos que continuar com o nosso escritório da qualidade, nosso instituto de ensino e pesquisa, incentivar a notificação de erros, manter o programa de funcionário do mês, montar estações de trabalho para que possam ser discutidas e propostas soluções para problemas, lançar mão de promoções... Ao longo de todo esse processo deixamos claro que o objetivo não era ser simplesmente acreditados. O objetivo era mudar. Não é possível voltar atrás”, reforça Márcio Arruda.
Boas Práticas levam TotalCor a acreditação internacional CBA/JCI
Essa cultura é antiga, segundo Furlan, que está no Grupo Amil há 14 anos e liderou todo o processo de acreditação e reacreditação, respectivamente em 2005 e 2008, do Amil Total Care, a primeira instituição ambulatorial a ser acreditada pela Joint Commission International na América Latina. Na bagagem, além das experiências anteriores, a facilidade de trocar ideias com a direção do Hospital Paulistano, outro hospital do grupo, que também passava pelo processo de acreditação. “O processo foi feito em conjunto. Ambos os hospitais enfrentaram problemas parecidos e sempre nos reuniamos para discutir quais as melhorias que tínhamos a fazer”, relembra Furlan.
Para fazer com que toda equipe passasse a trabalhar com as normas internacionais de segurança, o diretor conta que foi preciso conscientizar médicos, enfermeiros e técnicos que todos ganhariam com a acreditação. “Fizemos reuniões frequentes para mostrar o que cada uma das metas internacionais de segurança poderia trazer de benefícios para o paciente e para a instituição como um todo. Tivemos o tempo todo o envolvimento do corpo clínico e foi graças a ele que, quando surgia qualquer problema, o mesmo era relatado. Nós não estávamos preocupados em punir ninguém, muito pelo contrário, o que a gente queria era corrigir o processo. Essa foi uma estratégia bastante clara: a direção estava preocupada com a cultura de não punir, mas de melhorar o processo”, confirma ele, dizendo que houve uma exclusão natural no quadro de funcionários: “Algumas poucas pessoas não se adaptaram ao padrão que estava sendo implementado e pediram para sair espontaneamente.”
Segundo o diretor-técnico, mesmo após a conquista da acreditação, o trabalho continua. “A gente estabeleceu durante o processo vários protocolos gerenciados e isso continua sendo desse jeito; As pessoas designadas para cuidar de cada protocolo continuam treinando todas as pessoas envolvidas no processo. Temos reuniões periódicas mensais para falar sobre os nossos resultados, nós mesmos fazemos nossas auditorias. Se por acaso notarmos que algum item precisa de atenção, promovemos o plano de ação para poder corrigir o que eventualmente tenha piorado. Nosso comitê de qualidade continua atuando”, diz Furlan, que complementa dizendo que o hospital tem hoje uma cultura de avaliar o que está sendo feito. “Brincamos dizendo que as pessoas que trabalham conosco, no grupo Amil, têm uma enzima chamada de ‘insatisfatina’, que faz com que sempre estejamos insatisfeitos com o nosso resultado atual, procurando melhorar sempre, mesmo o que já está muito bom”, vangloria-se.
“Hoje temos alguns protocolos de avaliação do resultado médico como, por exemplo, o que acontece com o paciente que é operado no nosso hospital?, a taxa de morbi-mortalidade, qual é o indicador de infecção de cirurgia limpa?, O que poderia ter sido feito para evitar que houvesse uma infecção de cirurgia limpa? Procuramos comparar os nossos resultados com os resultados das melhores instituições nacionais e internacionais. Além de fazermos uma avaliação global da instituição, também tabulamos os resultados por equipe médica e dividimos com eles seus resultados individuais, sempre com muito respeito e confidencialidade, tanto ao médico, como ao paciente”, relata Furlan.
Segundo ele, todas essas boas práticas foram implementadas e resultaram na melhora em vários indicadores clínicos. O diretor assegura que os protocolos são valiosos: “O protocolo de profilaxia do trombo-embolismo venoso no paciente que é submetido a qualquer procedimento clínico ou cirúrgico, por exemplo, visa diminuir muito a chance dele apresentar uma trombose venosa profunda e a embolia pulmonar, frequentemente graves e que podem levar à morte. Outro protocolo prevê que o paciente que chegue com o quadro de dor torácica aguda seja submetido a um eletrocardiograma em até dez minutos de sua chegada ao pronto Socorro e que a sua artéria coronária seja recanalizada em até 90 minutos. Isso traduziu-se em melhorias e na qualidade de assistência técnica para os pacientes”, avaliza o médico.
Valter Furlan diz que todo esse trabalho significou ver a instituição incluída no seleto rol de hospitais de alto padrão do Brasil e no mundo – os que possuem acreditação internacional. Apesar de ter acabado de entrar para esse grupo, o diretor-técnico do Total Cor já faz planos para melhorar ainda mais os padrões e a qualidade do serviço, já pensando na recertificação. “Já estamos estudando e implantando novos protocolos de atendimentos clínicos, como os protocolos gerenciados de insuficiência cardíaca, de acidente vascular cerebral e de doença arterial coronariana”, adianta.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
JOINT COMMISSION INTERNATIONAL 2010 EXECUTIVE BRIEFINGS
15-16 September 2010
17 optional session
Dubai, United Arab Emirates
21-22 September 2010
23 September - optional session
Barcelona, Spain
29-30 September 2010
01 October 2010 - optional session
www.jointcommissioninternational.org
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Prontuário Eletronico

Assistente Especial da COAME
Consorcio Brasileiro de Acreditação
1.Por que os prontuários eletrônicos são importantes?
O prontuário clínico é a fonte primária de informações sobre todo o processo de cuidado aos pacientes. Ter seu prontuário elaborado é um direito de todo paciente e uma obrigação das instituições de saúde, no caso de pacientes internados, atendidos no ambulatório, no consultório particular, ou mesmo na atenção domiciliar. O registro correto, completo e feito em tempo hábil nos prontuários é essencial para uma boa comunicação entre a equipe de saúde, a prestação de cuidados de qualidade e mais seguros e para uma melhor gestão da instituição de saúde.
Se imaginarmos o grande volume de dados produzidos diariamente nas consultas, exames e internações em um Hospital de alta complexidade como os da rede do INCA, concluímos como o prontuário eletrônico é de grande utilidade. O prontuário eletrônico do paciente (PEP) promove uma gestão mais eficiente, por exemplo, auxiliando o planejamento e diminuindo o desperdício ocasionado com a duplicidade de pedidos de exames e testes. Ele promove a qualidade e a segurança do cuidado através de alertas e avisos que podem impedir eventos adversos a drogas ou erros de medicação. Com a tecnologia hoje já disponível, os registros dos prontuários podem ser acessados por vários usuários em locais diferentes e a qualquer momento. A informação pode estar disponível sempre que necessário permitindo a continuidade do cuidado.
2. Como a acreditação está estimulando o uso dos prontuários eletrônicos nos hospitais?
A acreditação internacional não é prescritiva, ela não diz qual a solução que uma instituição de saúde deve adotar. Até porque uma mesma solução pode não ser adequada para duas ou mais instituições. Os padrões internacionais de acreditação da JCI/CBA orientam o bom gerenciamento da informação. Conforme foi dito anteriormente, o grande volume de dados e informações gerados e a necessidade de se garantir a qualidade e a segurança dos cuidados fazem com que a saúde seja um setor propício à utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC). E embora seja inegável o quanto essas tecnologias têm a oferecer neste sentido, os princípios do bom gerenciamento da informação que norteiam os padrões de acreditação internacional aplicam-se a sistemas de prontuário eletrônico ou com base em papel.
3. O que o CBA aconselha para os hospitais que ainda não iniciaram o processo de implantação dos prontuários eletrônicos? Como devem agir?
Para utilizar as TIC, por exemplo, para implantar o prontuário eletrônico do paciente, cada instituição deve analisar as suas necessidades e os recursos de que dispõe. Esse é o primeiro passo e indispensável para não haver gastos desnecessários e para se superar a resistência que ainda existe por parte de alguns profissionais de saúde.
Como todo novo processo em uma instituição, a implantação do PEP implica em mudanças e necessidade de treinamento de todos os envolvidos. Além disso, exige o cumprimento de novas normas e legislações. Por exemplo, atualmente no Brasil está em vigor a Resolução n° 1821/2007, do Conselho Federal de Medicina, que trata do prontuário eletrônico, da possibilidade de eliminação do papel (desde que cumpridos alguns requisitos), entre outras determinações.
4. Os prontuários eletrônicos levam um período longo para serem implantados. Isso afeta na avaliação da acreditação?
O processo de acreditação internacional da JCI/CBA está voltado para a melhoria contínua da qualidade, através de padrões que visam a excelência do cuidado. A avaliação de acreditação busca determinar o quanto as instituições de saúde já caminharam para alcançar conformidade com esses padrões. Conforme ressaltado anteriormente, a implantação de prontuários eletrônicos requer planejamento e recursos. Muitas vezes, insucessos, períodos longos de implantação dos sistemas informatizados e constantes mudanças nos programas utilizados, refletem a falta de planejamento ou a falta de conhecimento sobre as especificidades do setor saúde por parte daqueles que planejam. Além disso, a não participação dos profissionais de saúde nos projetos de informatização e recursos financeiros aquém do necessário são outras questões importantes. Todos esses aspectos serão avaliados dentro do proposto pelos padrões de acreditação.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Cerca de 200 mil de turistas chegaram ao país para tratar da saúde nos últimos anos, segundo o Ministério do Turismo
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Gerenciamento de Sistemas em Fármacos

Parceria entre CBA e IEP - Hospital Albert Einstein oferece curso com simulação realística
Gerenciar o sistema e os processos que a instituição hospitalar utiliza para fornecer fármacos aos pacientes. Esse é o objetivo do curso Gerenciamento de Sistemas em Fármacos Baseados no Processo de Acreditação Internacional, que acontece nos dias 14 e 15 de julho, em São Paulo. Promovido pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) em parceria com o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, o curso terá um diferencial: o conteúdo teórico será reforçado por simulação prática no Centro de Simulação Realística Albert Einstein.
“A simulação realística é uma metodologia de treinamento inovadora, apoiada por tecnologias de alta complexidade e que por meio de cenários replica experiências da vida real e favorece um ambiente participativo e de interatividade”, afirma Rosângela Boigues, Coordenadora de Ensino do CBA.
Voltado para profissionais da aérea de saúde (farmacêuticos, enfermeiros e gestores assistenciais), o curso será ministrado por instrutores das duas instituições. No programa teórico serão vistos, organização e gerenciamento, seleção, aquisição e armazenagem de medicamentos, prescrição e transcrição e, dispensação, administração e monitoramento. No Centro de Simulação Realística, a prática monitorada será voltada para o treino de habilidades práticas e revisão de conceitos. Entre eles, o preparo e administração de medicamento, a segurança na prescrição e práticas seguras, além de administração de medicamentos, comunicação de erro, gerenciamento de risco e processo de segurança, temas que serão discutidos através de cenários baseados em situações reais, seguidos de sessão de debriefing.
Os interessados em participar do curso Gerenciamento de Sistemas em Fármacos Baseados no Processo de Acreditação Internacional devem preencher a ficha de inscrição diretamente no site http://www.cbacred.org.br/. Outras informações pelos telefones (21)3299.8241 ou 32998202 ou 3299.8243 ou ainda através do e-mail rosangelaboigues@cbacred.org.br. O curso acontecerá no Instituto de Estudos e Pesquisas do Hospital Albert Einstein, que fica na Av. Albert Einstein, 627, Morumbi, em São Paulo.
Sobre Gerenciamento de fármacos
Estudos apontam que 17% dos pacientes internos no mundo sofrem com eventos adversos. O estudo brasileiro concluiu que 6% dos eventos adversos eram provenientes de fármacos. Segundo a médica da Fiocruz, Suely Rozenfeld, entre os pacientes internos em hospital geral, cerca de 16% apresenta evento adverso à medicação.
A farmaco-vigilância é a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamento. Além de reações adversas, são problemas relacionados a medicamentos: abuso, mau uso, intoxicação, falha terapêutica e erros de medicação.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
SB Comunicação, tel. (21)3798.4357
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Acreditação Hospitalar
Seminário Internacional de Acreditação - Ano 2009
O Processo de Acreditação Internacional
O processo de acreditação consiste da avaliação externa da qualidade dos serviços, tendo como referência padrões predefinidos que expressam a visão de grupos da sociedade interessados em boas práticas. É um processo baseado em avaliar para melhorar o desempenho, sendo a avaliação baseada em padrões e critérios bem definidos, de modo a assegurar consistência ao processo.
O planejamento da avaliação é feito “sob medida”, com base nas características do hospital, informadas em geral pelo diretor da instituição, quando do preenchimento da solicitação da avaliação. Durante a avaliação, os avaliadores verificam a conformidade da estrutura, dos processos e dos resultados obtidos pelo hospital, comparados com os padrões do manual. As fontes de informação utilizadas pelos avaliadores são: entrevistas com pacientes e familiares, entrevistas com profissionais do hospital, reuniões e observação direta, através de visitas aos diversos setores do hospital. São ainda analisados diversos documentos relevantes do hospital, incluindo os prontuários dos pacientes. Todas essas atividades são acompanhadas por pelo menos um profissional do hospital, de acordo com a agenda preparada de comum acordo entre a direção do hospital e a agência acreditadora.
O trabalho de campo termina com uma reunião de encerramento com os líderes institucionais, durante a qual os avaliadores fornecem ao hospital um relatório de decisão preliminar, baseado em seus achados durante a avaliação. Esse relatório é então enviado ao Comitê de Acreditação, que tem entre suas atribuições, a aprovação do relatório e outorga da acreditação. O ciclo de acreditação tem a duração de três anos – seis meses antes da data de seu término, a agência acreditadora notifica a instituição, com vistas à realização de nova avaliação para reacreditação e um novo ciclo tem início.
Padrões Internacionais e o Método de Avaliação de Acreditação
Para obter o certificado de Hospital Acreditado, o hospital deve demonstrar conformidade significativa com um manual de padrões:
desenvolvidos por especialistas em saúde dos cinco continentes;
criados por profissionais que atuam especificamente no setor saude;
testados em todas as regiões do mundo;
aplicáveis de forma individual nas organizações de saúde;
desenhados para estimular e dar suporte continuado às ações de melhoria da qualidade;
criados para promover a redução de riscos para pacientes e profissionais;
adaptáveis ao contexto das crenças, valores, cultura e legislação das diferentes regiões e países do mundo;
voltados para a garantia da segurança do paciente. Através da Acreditação Internacional, as Instituições tem acesso a uma variedade de recursos e serviços de uma rede Internacional, incluindo:
um sistema internacional de avaliação de qualidade baseado no benchmarking entre as instituições participantes do programa;
estratégias para redução de riscos e táticas para prevenir eventos adversos;
acesso a uma fonte de dados sobre boas práticas;
um informativo internacional editado pela JCI;
eventos promovidos pela JCI e seus parceiros nas principais regioes do mundo.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Gestão da Sustentabilidade na Área da Saúde

Em entrevista exclusiva para o Responsabilidade Social.com, o coordenador de Educação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), Heleno Costa Junior, fala sobre a gestão da sustentabilidade na área da Saúde. Segundo ele, a prática da responsabilidade socioambiental já é desenvolvida por algumas instituições do segmento no Brasil, mas ainda não é possível considerar como uma ação consolidada.
“Diversas iniciativas já foram adotadas e estão em efetiva implementação, mas são de caráter isolado, não representando a coletividade”, destacou. Na avaliação do especialista, a consciência sobre o tema vem se fortalecendo nos últimos anos e será, sem dúvida, uma política institucional necessária para manutenção do negócio dentro do contexto da saúde.
Criada de acordo com o novo Código Civil Brasileiro, que regulamenta todas as atividades institucionais sociais, a CBA tem por missão contribuir para a melhoria da qualidade do cuidado aos pacientes nos hospitais e demais serviços de saúde no país, por meio de um processo de acreditação. O trabalho é realizado em parceria com a maior e mais importante organização de acreditação no mundo, a Joint Commission International, e objetiva, principalmente, garantir a qualidade diferenciada dos produtos oferecidos aos pacientes. Na entrevista, Heleno Junior fala sobre o processo de acreditação no setor, os principais aspectos considerados para a certificação de uma instituição no país e como as ações de responsabilidade social e ambiental tem evoluído no segmento. Acompanhe.
1) Responsabilidade Social - Como funciona o processo de acreditação e quais os principais pontos avaliados?Heleno Costa Junior - O processo de acreditação internacional CBA-JCI contempla, por meio dos manuais e seus respectivos padrões, um conjunto de requerimentos diretamente relacionados com a segurança nos cuidados prestados aos pacientes, que é o foco principal do processo em questão. Um dos capítulos do manual é denominado "Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente". Nesse capítulo estão incluídos padrões que tratam do gerenciamento dos eventos que podem comprometer a segurança da assistência, sendo esses os eventos adversos e eventos sentinelas, esses últimos que implicam na morte ou perda grave e permanente de funções. Nesse caso a instituição de saúde e os profissionais devem adotar ações pró-ativas, visando identificar, analisar e monitorar riscos potencialmente relacionados com a ocorrência desses tipos de eventos.
Outro capítulo de destaque trata das "Metas Internacionais de Segurança do Paciente", definidas a partir de um trabalho conjunto com especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual a Joint Commission International é parceira e colaborada do Centro Internacional de Soluções para Segurança do Paciente (www.ccforpatientsafety.org). As metas incluem, entre outras ações, a identificação correta de pacientes, a segurança na utilização de medicamentos de alta vigilância e a segurança na realização de cirurgias seguras. A adoção de políticas, procedimentos, rotinas e protocolos assistenciais garantem o estabelecimento do melhor e mais apropriado padrão de assistência aos pacientes e familiares, segundo o perfil assistencial da instituição.
2) RS - Como o setor da Saúde lida com as ações de responsabilidade social e ambiental? Já é uma prática consolidada? HJ - A prática da responsabilidade social e ambiental já é adotada e desenvolvida por algumas instituições de saúde, mas não podemos considerar, nesse momento e nesse contexto, como uma ação consolidada. Diversas iniciativas já foram adotadas e estão em efetiva implementação, mas são de caráter isolado, não representando a coletividade das instituições de saúde. No entanto, vale ressaltar que a visibilidade e a consciência sobre o tema vêm se fortalecendo nos últimos anos e será, sem dúvida, uma política institucional necessária para manutenção do negócio dentro do contexto da saúde.
3) RS - Quais requisitos de avaliação de acreditação internacional de uma unidade hospitalar são levados em conta em relação aos projetos e ações voltados ao meio-ambiente e sustentabilidade?HJ - O manual de acreditação tem todo um capítulo dedicado ao "Gerenciamento do Ambiente Hospitalar", que leva em conta as ações de gerenciamento das instalações e segurança. Nessa parte vários aspectos são considerados para a gestão do ambiente, a começar pelo completo e adequado atendimento aos requerimentos legais e regulamentos nacionais, estaduais ou municipais vigentes e aplicáveis ao conjunto de serviços e estrutura da instituição.
As lideranças institucionais devem atender e manter toda essa legislação, o que atualmente inclui diversos aspectos de manutenção e sustentabilidade dos elementos ambientais, como a coleta, segregação e adequado armazenamento e destinação de todos os resíduos de serviços de saúde produzidos na instituição. Alguns hospitais já adotaram o uso de coleta seletiva e a tecnologia de compactação das toneladas de lixo produzidas diariamente pelos diversos departamentos.
Também os aspectos de identificação e contenção na ocorrência de derramamento de resíduos tóxicos, como os produzidos nas unidades diagnósticas de radiologia ou laboratórios clínicos. Podemos incluir também o tratamento de esgotos e afluentes, antes de dispô-los na rede pluvial. Por fim, a instituição deve definir e estabelecer um consistente e abrangente programa de gerenciamento, com mecanismos de monitoramento constante das instalações e do próprio ambiente, garantindo total segurança aos pacientes, profissionais e demais ocupantes, resguardando a qualidade em todos os seus aspectos.
4) RS - O que os hospitais têm de fazer para serem acreditados nesse sentido? HJ - Atender aos requisitos previstos nos capítulos de "Gerenciamento das Instalações e Segurança" e de "Governo, Liderança e Direção". Em todos os hospitais até o momento acreditados, foi necessária uma significativa mudança nos conceitos e formas de gerenciamento do ambiente, a começar pela contratação de profissionais especializados e de dedicação a esses segmentos de serviços. Isso inclui engenheiros e técnicos de segurança ambientais e do trabalho, que desenvolveram elaborados programas de gerenciamento e monitoramento,com estratégias especificas para dar conta dos requerimentos dos padrões do manual de acreditação, assim como dos requerimentos legais recentemente publicados pelos órgãos oficiais e governamentais.
A agregação desses profissionais ao trabalho das Comissões de Controle de Infecção e de Medicina e Segurança do Trabalho tem gerado expressiva mudança de comportamento nos profissionais que atuam nessas instituições, fazendo criar nova consciência sobre esta questão da sustentabilidade e manutenção da qualidade do ambiente.
5) RS - O que o senhor entende por ‘responsabilidade social’?HJ - A responsabilidade social está mesmo na essência do negócio e da missão de qualquer instituição de saúde, pois a saúde é, como definido na própria Constituição Federal, universal e deve ser garantida para todos, sem distinção. Mesmo no caso das instituições privadas, fica clara a necessidade de garantir não somente tratamento de uma doença, mas sim a de considerar o paciente/cliente como um indivíduo em todas as suas dimensões e necessidades. Desenvolver educação, gerando a prevenção e promoção de agravos à saúde, o que toda instituição de saúde tem a obrigação de realizar, é uma ação de responsabilidade social.
Além dessa, as iniciativas voltadas a desenvolver processos de melhoria de saúde em sua própria comunidade e outras comunidades relacionadas, como a geográfica de sua região, devem também ser adotadas como atitudes de responsabilidade social. No processo de Acreditação Internacional desenvolvido pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação e Joint Commision International, essa questão é diretamente tratada em seus manuais e padrões, no tocante ao Capítulo do Governo, Liderança e Direção. De forma ilustrativa, a instituição deve, portanto, extrapolar seus limites e buscar interagir e melhorar a sua comunidade como um todo, não apenas atuando como “tratador de doenças”.
6) RS - Investir em meio ambiente e sustentabilidade é uma tendência?HJ – Totalmente. Aqueles que ainda não ingressaram nessa tendência terão pouco tempo para fazê-lo, pois além da "política do socialmente correto", já ser praticada em todo o mundo, no Brasil começa a emergir uma legislação específica e rigorosa sobre essa questão. Embora uma instituição de saúde seja o centro para tratar de doenças, nessa sua missão a grande produção de resíduos e elementos tóxicos ao ambiente e aos indivíduos deve ser tratada como uma questão prioritária para a manutenção da qualidade de vida de todos.
7) RS - Para o senhor, como o tema de responsabilidade social evoluirá no setor nos próximos anos?HJ - O tema já tem evoluído no âmbito das discussões e eventos, mas como citado anteriormente, ainda não de forma consistente. As instituições de saúde têm se apropriado de novos conceitos e formulações de estratégias visando entender e atender ao que solicita a responsabilidade social e ambiental. A própria legislação brasileira também tem contribuído com esse movimento. Por exemplo, o devido tratamento e destinação de resíduos de serviços de saúde, incluindo o seu lixo, agora tem regulamentos específicos, recentemente publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o que vem minimizando o fato de que as instituições de saúde contaminem ou prejudiquem o ambiente com descartes inadequados de seus resíduos.
Além da legislação, programa de certificação como a própria Acreditação e outros de caráter específicos, definirão novos parâmetros e requerimentos para as instituições de saúde, criando um claro diferencial entre aquelas que efetivamente praticam a responsabilidade social e ambiental daquelas que têm iniciativas incipientes ou isoladas. Algumas entidades associativas na área de saúde já estão exigindo essas certificações para incluir novos membros em seus seletos grupos, o que também definirá novas perspectivas nesse ambiente da responsabilidade social e ambiental.
8) RS - Que medidas o senhor elege como prioritárias para o setor ser considerado sócio-responsável?HJ - Em primeiro lugar, o estabelecimento, divulgação e implementação sistemática de políticas e práticas sociais e ambientais de caráter institucional. Depois, o completo e efetivo cumprimento de todas as leis e regulamentos aplicáveis no âmbito da prática social e ambiental, de caráter federal, estadual e municipal. Em seguida, a busca de certificações válidas e reconhecidas no cenário nacional e internacional, a partir de entidades certificadoras/acreditadoras de credibilidade. Por fim, que as ações sócio-responsáveis possam ser monitoradas e consideradas como elementos de avaliação de performance e desempenho das instituições no âmbito de sua comunidade, tendo representantes da própria comunidade e terceiras parte como integrantes desse sistema de avaliação.
9) RS - A busca pela acreditação tem crescido nos últimos anos? O que explica esse aumento? HJ - A acreditação internacional no Brasil tem avançado de modo progressivo e consistente. Não somente pelo aumento do número de instituições de saúde que ingressaram ou já alcançaram o certificado, mas também pelo crescente interesse e pelas novas perspectivas que se configuram no movimento da qualificação do setor saúde o Brasil.
Cada vez mais as instituições buscam diferenciais e modelos competitivos baseados em selos ou programas de qualidade. A Acreditação Internacional desenvolvida pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação, representante exclusivo da Joint Commission International no Brasil tem sido um desses diferenciais na medida em que a melhoria da qualidade é uma garantia de melhores práticas e resultados assistenciais, tendo a segurança como elemento central.
A carteira de clientes do CBA-JCI, representada por instituições de reconhecida referência no Brasil denota essa qualidade como diferencial, incluindo Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio Libanês, Hospital do Coração, Hospital Samaritano, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Copa D’Or, entre outros.
Um movimento que também vem colaborar fortemente com o avanço da acreditação no Brasil é o trabalho que vem sendo desenvolvido na Agência Nacional de Saúde Suplementar, cujo objetivo será a criação de um modelo de acreditação para as Operadoras e Seguros de Saúde. Esse modelo prevê que essas empresas também passem a considerar e solicitar um processo de qualificação para a sua rede credenciada e o indicativo nas discussões dos grupos técnicos já em andamento, apontam que a acreditação será um referencial para essa qualidade exigida das instituições de saúde credenciadas.
Fonte: cynthia@responsabilidadesocial.com -- Cynthia Ribeiro