sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Artigo: Erro no cuidado de saúde



Erro no cuidado de saúde 
Por Adelia Quadros Farias Gomes*

Quando o paciente procura um médico ou um serviço de saúde espera que a assistência seja prestada com qualidade técnica e segurança. Nem sempre o desfecho é o desejado, mas deve ser sempre o resultado da própria condição de saúde do paciente, jamais decorrente de erro.
Infelizmente, nem sempre é assim. A mídia tem noticiado inúmeros casos de danos causados não pela doença, mas pelo processo de cuidado de saúde, sendo muitos desses, decorrentes de erros cometidos pelos profissionais de saúde (sejam eles médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou outros). São chamados deerros médicos”, termo inadequadamente utilizado.
É importante reconhecer que o problema da falta de segurança e os erros estão relacionados à organização de saúde, ao ambiente, aos produtos e à complexidade da assistência, com a realização de inúmeros procedimentos e processos interdependentes. Erro não é sinônimo de incompetência profissional. Muitos erros acontecem com profissionais bem qualificados. Sendo assim, a expressão “errors in health care – erros no cuidado de saúde” é mais adequada, uma vez que esses erros são um problema sistêmico e não apenas individual.
Chama a atenção a reflexão do médico Dario Ferreira: “Os médicos e profissionais de saúde ainda não perceberam a gravidade, o tamanho, a importância epidemiológica e a catástrofe que são os danos que a gente causa aos pacientes”.
Uma questão relevante é que os erros no cuidado de saúde representam um grande desperdício de recursos, cada vez mais escassos. Estima-se que custem entre US$ 17 e 29 bilhões por ano. No entanto, o impacto dos erros vai além do custo financeiro. Pacientes internados, em especial os que estão em terapia intensiva, recebem dezenas de ações e procedimentos corretos e adequados para o seu cuidado. A taxa de assertividade no cuidado é de cerca de 99%. A questão para refletirmos é: será que uma taxa de 99,9% de acertos no processo de cuidado seria adequada?
Para termos ideia do impacto desse percentual, se pode ser ou não suficientemente adequado, consideremos que em outras situações 0,1% de erros significariam cerca de 25 mil objetos distribuídos errados pelos Correios (Brasil) por dia, 200 quedas acidentais de recém-nascido por dia no mundo, e significaria 32 mil cheques bancários compensados na conta errada a cada hora, de acordo com o um estudo feito por William Edwards Deming, um dos pioneiros na aplicação de melhorias no âmbito da qualidade. Outro estudo, de Rosenthal e Sutcliffe, aponta que 0,1% de erros significaria 20 mil prescrições erradas por ano, 500 cirurgias incorretas por semana e 2 mil documentos perdidos por hora. Todavia, para cada paciente, um erro significa 100% de risco ou de dano.
Os erros associados ao cuidado de saúde provocam incidentes que causam danos ao paciente, chamados de eventos adversos. A consequência muitas vezes são as sequelas ou a morte. No entanto, há estudos que comprovam que muitos eventos adversos, principalmente durante a hospitalização, são potencialmente evitáveis. 
Eventos graves e inaceitáveis são denominados never events, pois nunca deveriam ocorrer em serviços de saúde, como por exemplo, choque elétrico durante a assistência; procedimento cirúrgico realizado no lado errado do corpo, no paciente errado; contaminação na administração de O2 ou gases medicinais; suicídio de paciente; óbito ou lesão grave de paciente associados ao uso de contenção física ou grades da cama durante a assistência dentro do serviço de saúde; úlcera por pressão - estágio III ou IV; administração de medicação pela via errada; overdose de insulina devido a abreviaturas ou dispositivo incorreto; transfusão ou transplante de componentes sanguíneos ou órgãos com sistema ABO incompatíveis; entre outros.
As mortes provocadas por erros no cuidado de saúde estão entre as três primeiras causas de óbito nos Estados Unidos. No Brasil, os erros podem estar entre a segunda e a quinta causa de óbitos. Estudo realizado em 133 hospitais no Brasil estimou que, em 2015, mais de 300 mil pacientes morreram em decorrência de erros associados à assistência hospitalar, sendo a segunda causa de morte, ultrapassando os óbitos por câncer e por doenças respiratórias.
É certo que alguns eventos adversos são apenas uma parte do problema dos erros, pois nem todos os erros causam danos ao paciente, como os relacionados ao uso inadequado de medicação. Mas, ainda que a maioria desses erros não resulte em dano ao paciente, é necessário o esforço conjunto para rever os processos e as práticas de segurança. A gestão dos riscos é fundamental para isso e contempla as etapas de identificação, notificação, análise, avaliação, monitoramento, tratamento e comunicação de riscos, além da identificação dos fatores de mitigação, planejamento e implementação das ações de melhoria. Também é de suma importância identificar os fatores contribuintes e suas principais causas. Com a elaboração de um plano de ação, as medidas preventivas e corretivas são adotadas e estratégias implementadas tanto para prevenir quanto para mitigar as consequências dos erros e incidentes.
Tendo em mente que Errar é Humano, e que erros, inexoravelmente, podem acontecer, precisamos torná-los visíveis e atenuar seus efeitos. Os erros devem ser encarados como uma oportunidade para a revisão de processos e aprimoramento da assistência prestada ao paciente.
* Médica, Mestre em Ciências da Saúde Pública, educadora do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e membro da Sociedade Brasileira de Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP)


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Certificação de Validação de Indicadores e Dados Hospitalares


Transparência é palavra-chave da nova Certificação de Validação de Indicadores e Dados Hospitalares oferecida pelo CBA
Dados equivocados podem levar a perigosos enganos na construção de indicadores na área da saúde. A preocupação com a correção levou o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) a desenvolver uma metodologia certificadora para dados e indicadores, de forma a garantir que sejam, de fato, confiáveis. De acordo com o coordenador de acreditação do CBA, José de Lima Valverde Filho, a validação é uma garantia de que os dados são bons e não induzirão a erros na construção de indicadores. “A validação procura identificar todas as etapas de coleta, como os instrumentos utilizados e a qualificação das pessoas envolvidas, por exemplo”, explica ele.
Os indicadores são avaliados quanto à relevância e fichas técnicas que devem conter metas, tipo de indicadores, fórmula e periodicidade de coleta, entre outras informações. “Quando não há alcance dos objetivos específicos, a organização de saúde deve elaborar e implantar planos de ação para atingir a meta do indicador. Trata-se de um processo contínuo”, afirma Valverde.
A nova Certificação de Validação de Indicadores e Dados Hospitalares foi criada a partir de uma solicitação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), que buscava a máxima transparência na divulgação de dados e informações. “Este é um de nossos valores, tendo a confiança como um meio e a credibilidade como um fim. Decidimos abrir nossos indicadores de eficiência assistencial assim como os métodos de construção desses indicadores para validação externa e, em seguida, divulgar amplamente essas informações a todas as partes interessadas”, conta Ícaro Boszczowski, coordenador médico do HAOC.
Valverde esclarece que, de acordo com a nova metodologia, o CBA irá verificar a acurácia dos dados. “Isso será feito após uma nova coleta de dados previamente colhidos pela instituição, respeitando as mesmas condições. Esses dados serão, então, comparados. Serão aceitos erros amostrais que não ultrapassem os 10%”, esclarece. Para ele, a grande vantagem de uma instituição obter tal certificação é a garantia de que utiliza dados e indicadores corretos.
Boszczowski destaca também a questão da conquista da credibilidade de uma instituição de saúde como um importante diferencial. “Instituições que publicarem um conjunto de dados capaz de traduzir sua capacidade de trabalho, seu compromisso com a qualidade e segurança e sua busca incessante pela atualização utilizando recursos de maneira racional estarão em vantagem competitiva em relação a outras que não conseguirem se comunicar com a sociedade com a mesma clareza”, afirma. Ele acrescenta ainda que os indicadores devidamente validados são importantes instrumentos de autoavaliação e úteis para balizar ações de melhoria intra-institucional. Boszczowski lembra ainda que nova certificação é uma importante ferramenta para o benchmarking, frente a instituições ou grupos de instituições, sociedades de especialidades dentro e fora do Brasil que publicam indicadores e são reconhecidas por seguirem as melhores práticas.
Como são construídos os indicadores
Os indicadores hospitalares são obtidos a partir da coleta e análise de dados agregados para oferecer suporte aos cuidados aos pacientes e à gestão hospitalar. Estes dados fornecem um perfil do hospital ao longo do tempo e permitem a comparação do desempenho do hospital com outras organizações. Em particular, os dados agregados de gestão de riscos, gestão do sistema de infraestrutura, prevenção e controle de infecções e análise de utilização podem ajudar as equipes de uma instituição de saúde a compreender seu desempenho atual e a identificar oportunidades de melhoria. Exemplos de indicadores validados são as taxas de mortalidade hospitalar global e a cirúrgica; a de infecção pós-artroplastias de joelho e de quadril e de readmissão em até 30 dias após cirurgia bariátrica, entre outras.
Valverde ressalta que os indicadores possibilitam conhecer verdadeiramente um determinado desempenho para que se possa modificá-lo, se houver necessidade. “De posse dos indicadores, podemos acompanhar o andamento dos cuidados aos pacientes, avaliar os processos, adotar os redirecionamentos necessários e verificar os resultados e os impactos obtidos. Com isso, aumentam as chances de serem tomadas decisões corretas e de se potencializar o uso dos recursos”, diz. Ainda de acordo com ele, os indicadores favorecem a participação e o empoderamento das partes interessadas que, embasadas em informações, podem contribuir para as ações de melhoria.
A metodologia para validação de dados e indicadores é especialmente, mas não exclusivamente, indicada em casos em que uma nova medida é implantada como, por exemplo, as medidas clínicas que servem para ajudar um hospital a avaliar e melhorar um processo ou resultado clínico importante. Outra situação é quando há uma alteração nas ferramentas de coleta de dados, no processo de extração ou ainda quando muda o responsável pela coleta de dados, assim como mudanças na fonte dos dados e alterações aparentemente inexplicáveis dos resultados de uma medida. A validação também é importante quando os dados serão publicamente divulgados, seja no website da instituição de saúde ou em algum outro meio de comunicação.
Certificação do HAOC
O HAOC conquistou a Certificação de Validação de Indicadores e Dados Hospitalares em janeiro deste ano, mas o esforço começou muito antes. “O trabalho interno foi e tem sido bastante árduo. Estávamos atuando nesse projeto pelo menos cinco meses antes, desde a sua concepção, com uma equipe que conta com médicos, enfermeiros, epidemiologistas, pessoal das áreas de tecnologia da informação e inteligência hospitalar”, conta Boszczowski. A expectativa, de acordo com ele é que a ampla divulgação dos indicadores validados seja de grande utilidade para pacientes, médicos e outros profissionais e parceiros que atuam junto ao HAOC. “Qualidade e segurança resultam de planejamento, execução e monitoramento contínuos dos processos assistenciais e de apoio técnico. Os indicadores certificados atestam a nossa capacidade de entregar o melhor desfecho para o paciente utilizando recursos de maneira racional, de forma que o hospital seja sustentável e a perpetuidade da instituição esteja garantida”, frisa ele.
A nova certificação do CBA tem validade de dois anos e já está disponível. As instituições de saúde interessadas devem preencher um formulário específico e estar em total conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis pelas legislações brasileiras.

SAMU – DF aposta na segurança e é primeiro serviço público de remoção do país a buscar acreditação JCI


SAMU – DF aposta na segurança e é primeiro serviço público de remoção do país a buscar acreditação JCI
Transparência para os usuários, maior controle sobre riscos de infecção e monitoramento dos indicadores de saúde. Estes são apenas alguns dos principais objetivos a serem alcançados por meio do trabalho de melhoria contínua do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (SAMU – DF). Visando conquistar a acreditação da Joint Commission International (JCI), em 2015, buscou a expertise do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), e implantou na unidade o Programa de Educação para Melhoria da Qualidade e da Segurança do paciente. De acordo com o diretor do SAMU – DF, Rafael Vinhal, os padrões JCI estão sendo implementados de forma gradual. “Foram criados diversos grupos de trabalho setoriais para executarem o programa de segurança e qualidade. Os protocolos operacionais e protocolos clínicos e assistenciais do serviço estão sendo revisados. Posteriormente, será preciso capacitar as equipes de atendimento. A implantação dos padrões envolve toda uma mudança de cultura organizacional, bem como dos processos de trabalho”, esclarece.
É fundamental que todos os atores envolvidos no cenário de atendimento pré-hospitalar estejam familiarizados com os padrões. “Cada um dos servidores da instituição deve estar aberto a aprimorar o seu processo de trabalho de forma a abandonar a cultura do ‘fazer à sua própria maneira’ e adotar rotinas de excelência baseadas em evidências”, frisa Vinhal. “Embora os padrões sejam claros, coerentes e pareçam óbvios de serem seguidos, adotá-los é um desafio. Devemos ter uma gestão de processos e de resultados bem orientada, visando o alcance das metas internacionais traçadas”, completa.
Vinhal conta que desde o início do processo muita coisa mudou. “O serviço passou por uma reorganização administrativa em seu organograma. Foi criada uma farmácia central, com farmácias setoriais, com um farmacêutico responsável. A assistência e logística farmacêuticas eram deficiências no serviço, incluindo o armazenamento e a dispensação das medicações, materiais e insumos”, informa. Ele acrescenta que foram criados núcleos de controle de infecção e de qualidade e segurança do paciente e que o SAMU – DF passou a trabalhar com um maior monitoramento de indicadores e de resultados. Alguns indicadores de serviço, inclusive, tiveram que ser revisados. “Revimos a missão, a visão e os valores da instituição, repensamos os indicadores de saúde, de qualidade e de resultados, refletimos sobre os direitos e os deveres de nossos usuários e criamos comissões de avaliação de prontuários e eventos sentinela”, conta ele.
De acordo com Vinhal, a mudança organizacional provocada pelo Programa de Educação para Melhoria da Qualidade e da Segurança do Paciente foi capaz de dar eficiência aos processos de trabalho. “O Programa nos traz a certeza de que a população está sendo bem atendida e de que estamos prestando um serviço de excelência. Por meio dele, é possível controlar os riscos de infecção, monitorar melhor nossos indicadores de saúde e saber se estamos evoluindo nos processos de trabalho”, garante, destacando ainda que o programa assegura maior transparência para o usuário do sistema, que tem direitos e deveres bem estabelecidos.
Segurança acima de tudo
No SAMU – DF, a questão da segurança é um princípio que vem sendo continuamente reforçado em cursos de educação permanente. Para engajar as equipes nas questões relacionadas à qualidade e segurança, uma comissão executora do Programa de Educação para Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente realiza reuniões periódicas semanais com os gestores do serviço e monitora os grupos de trabalho criados para a execução do programa. Nestes encontros, são reforçadas informações pertinentes ao correto preenchimento dos prontuários, uma questão fundamental no atendimento pré-hospitalar.
Vinhal chama a atenção para o fato de que uma das maiores deficiências no atendimento pré-hospitalar é o controle de infecções. “Embora haja regras claras para o ambiente hospitalar, não há normas específicas de controle de infecções em ambiente pré-hospitalar. Nesse sentido, é necessária a implementação de um programa de controle de infecções, mediante construção de protocolos e de cursos de educação permanente”, diz. O trabalho da comissão, nascida a partir do desenvolvimento do Programa de Educação para Melhoria da Qualidade e da Segurança do Paciente, se dá através da confecção de protocolos, monitoramento de indicadores, vistoria de ambientes de atendimento e ações de educação continuada.
http://www.cbacred.org.br/noticias/2018/08/05.asp

segunda-feira, 13 de agosto de 2018


Análises sobre as necessidades dos pacientes nas instituições de saúde têm destaque na Revista Acreditação
Trazer o paciente para o centro da discussão, ouvi-lo e conhecer suas necessidades. Essa forma de abordar questões envolvendo pacientes e profissionais dentro das instituições de saúde, de forma criativa e eficaz, o design thinking, é o assunto que norteia os trabalhos de dois grandes especialistas: os professores assistentes da Johns Hopkins Carey Business School, a PhD Sharon Kim e o PhD Christopher Myers. A edição atual da Revista Acreditação, publicação científica do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), traz a primeira entrevista da dupla para uma publicação brasileira, na qual apresenta uma forma contemporânea de tratar problemas. “A coisa mais importante é que não podemos supor que sabemos tudo a respeito de clientes e pacientes. Há grande valor em criar um relacionamento com eles nesses processos de busca da solução dos problemas, nem que seja apenas para confirmar os conceitos existentes sobre seus pensamentos, sentimentos e experiências”, explica Kim.

A 14ª edição da Revista Acreditação traz ainda 4 artigos, a resenha do livro ‘Obcecados por Servir’ e uma reflexão temática, na seção ‘No Mundo da Acreditação’. A questão do envelhecimento, o cuidado com o idoso e as necessidades que surgem nesta fase da vida são abordadas em dois artigos: um relato de experiência sobre a atuação de enfermeiros residentes de um hospital privado do Rio de Janeiro que foram convidados a se colocar no lugar do outro em busca do aprimoramento do cuidado, e outro texto que analisou as demandas de orientações para o cuidador familiar de idosos com câncer em cuidados paliativos, presentes na literatura.

A questão de como a comunicação dentro de uma organização de saúde afeta a segurança do paciente é abordada em outro artigo que traz importantes sugestões de boas práticas de comunicação efetiva. Outra questão que mereceu um olhar apurado dos pesquisadores foi a experiência de implementação do Projeto de Encantamento do Cliente no Serviço de Saúde Bucal em um hospital acreditado pela Joint Commission International (JCI). Esta iniciativa teve como foco central a necessidade do cliente e as ações foram desenvolvidas de forma a captar clientes e fidelizá-los, investindo no atendimento personalizado e na qualidade do serviço. Os resultados apresentados no estudo comprovam o impacto positivo na melhoria dos resultados e o aumento na satisfação do cliente.

O livro em destaque apresentado nessa edição é de autoria do médico cirurgião e chief experience officer – CEO do Cleveland Clinic Health System, dr James Merlino. Em Obcecados por Servir, ele faz um relato forte, destemido e corajoso dos desafios enfrentados como profissional e perante as contradições entre a formação acadêmica e a prática médica.
Fechando esta edição da Revista Acreditação, a seção ‘No Mundo da Acreditação’ traz uma relevante reflexão sobre a questão da gestão da qualidade para o uso, manuseio e descarte de rejeitos radioativos em instituições de saúde, trazendo à tona questões como a capacitação dos profissionais, o meio ambiente, a qualidade e segurança do paciente e o uso do material radioativo no avanço das tecnologias em saúde.

A 14ª edição da Revista Acreditação está disponível em

 http://ojs.tecnologia.ws/index.php/Acred01/issue/view/19http://ojs.tecnologia.ws/index.php/Acred01/issue/view/19

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

CBA celebra 20 anos


CBA celebra 20 anos
A tarde do dia 24 de julho, marcou os 20 anos de criação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), instituição que surgiu com a proposta de empreender ações para a melhoria da qualidade em saúde no Brasil.
A celebração dessa caminhada ocorreu na Fundação Cesgranrio, instituição que abrigou a primeira sede do CBA, em 1998. Foi lá que um grupo de médicos, educadores e pesquisadores discutiam semanalmente o futuro da saúde e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde no país. Entre esses líderes estavam o diplomata e representante do Brasil na ONU e OEA, Amílcar Ferrari; o ex-reitor da UERJ, ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pesquisador honorário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hésio Cordeiro; o cirurgião e sanitarista Nildo Aguiar, ex-diretor do Hospital de Ipanema, onde implantou o primeiro programa de combate a infecção hospitalar do país, em 1964; Omar da Rosa Santos, ex-presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro e membro da Academia Nacional de Medicina, onde ocupa a cadeira de no 17; Orlando Marques Vieira, ex-presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e detentor da cadeira de no 75 da Academia Nacional de Medicina; José de Carvalho Noronha, ex-Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e ex-Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde e a médica especializada em saúde pública e ex-professora da UFF e também ex-Secretária de Saúde do Estado, Maria Manuela Alves dos Santos, além do presidente da Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa de Oliveira.
Maria Manuela relembrou importantes momentos da história do CBA, destacando como ponto-chave o convênio com a Joint Commission International (JCI), mais antiga e renomada organização internacional de avaliação da qualidade e segurança em saúde do mundo. “Nesses 20 anos, percebemos que não podemos só curar. É preciso prevenir e criar bons hábitos. E a disseminação dos padrões de qualidade implementados pelo CBA, através da metodologia da JCI, foram fundamentais para que instituições brasileiras deixassem de ter uma percepção empírica da qualidade de seus serviços e passassem a ter métricas de segurança nos serviços por elas prestados”, pondera, ressaltando a parceria CBA-JCI se mantém até os dias atuais. “Nosso trabalho vem sendo reconhecido pela JCI, tanto que formamos 12 avaliadores para o CBA, todos integrantes também do quadro de avaliadores da JCI, além de termos nosso contrato de parceria renovado”.
Para o presidente da Cesgranrio, num momento em que há um abandono da saúde pública no Brasil e em especial no Rio de Janeiro, o papel do CBA redobra de importância. “Se tem alguém que possa fazer alguma coisa pela qualidade na saúde é o CBA, especialmente, nesse momento pelo qual passamos. E eu novamente conclamo os membros do CBA a levantar a ideia da qualidade na área da saúde”. E completou, “precisamos de gente nova para levar adiante o que fizemos há 20 anos”.
A solenidade marcou ainda o lançamento do Prêmio Amílcar Ferrari para o melhor projeto de gestão desenvolvidos por instituições de saúde do Brasil, a ser entregue ano que vem durante o Congresso Internacional CBA de Acreditação. Para a viúva de Amílcar Ferrari, a homenagem evidenciou o reconhecimento ao excelente trabalho do marido pela qualidade da saúde no Brasil. “A criação de um prêmio com seu nome demonstra a excelência com que sempre pautou sua vida, trazendo a expectativa de mais qualidade ao melhor trabalho sobre liderança, gestão e inovação, características que lhe eram inerentes”, diz Laura de Saint-Brisson.
Dia de homenagens
Além da homenagem a Amílcar Ferrari, o CBA fez um tributo a seus fundadores: Hésio Cordeiro, Nildo Aguiar, Omar Santos e Orlando Vieira. “Compartilho essa sensação de realidade com o professor Serpa e com a Dra. Maria Manuela, que foram fundamentais para a transformação do ideal da qualidade em saúde”, disse o Hésio Cordeiro ao receber a homenagem. Omar Santos relembrou sua chegada ao CBA ao receber seu louvor: “No ano de 1988, o presidente da Academia Nacional de Medicina, o acadêmico Jarbas Anacleto Porto, me designou para fazer parte do grupo instituidor do CBA e desde essa época tenho trabalhado junto com meus companheiros pela qualidade na saúde. Felizmente, temos nos sentido ‘em casa’ todos esses anos”. Orlando Vieira reiterou que a qualidade é o lema do CBA. “As pessoas acreditaram também nisso. E isso também foi muito importante: acreditaram, investiram e realmente procuraram levar qualidade, principalmente, para a Medicina”. A viúva de Nildo Aguiar se mostrou feliz com a homenagem ao marido: “Fico muito emocionada com essa homenagem a ele, pois, realmente, ele era dedicado a todas as questões da saúde, do social”.
Depoimentos
“Não se falava em segurança, naquela época. Foi muito interessante colaborar com o trabalho que ia ter um impacto direto nos serviços de saúde, do ponto de vista da melhoria da qualidade. Uma pena que ainda tenhamos poucos serviços acreditados. O CBA foi inovador e é uma marca importante nesse sentido, sempre contribuindo para essa melhoria, uma vez que esse é um processo dinâmico; a questão da qualidade e segurança tem que estar sendo pensada e praticada permanentemente.”
Cláudia Travassos, pesquisadora aposentada da Fiocruz; foi do grupo que foi para Chicago conhecer a JCI e coordenou a adaptação do manual americano da JCI para o manual de acreditação do CBA, no Brasil.
“Quando trouxemos essa metodologia para o Brasil, tínhamos muitas dúvidas se seria viável no país por conta das características das instituições locais comparadas à realidade americana. Mas depois entendemos que, além de avaliar e certificar instituições, o grande instrumento era o processo educativo que a gente fazia ao longo disso. Hoje os estudos internacionais falam que para mudar uma cultura dentro das empresas de forma positiva leva de 7 a 10 anos.”
Heleno Costa Júnior, consultor para processos de gestão da qualidade e segurança em saúde
“Estou nessa trajetória junto ao CBA há 13 anos. Tem sido muito gratificante participar disso. Nos seminários que eu participava, ficava muito preocupado porque percebia que as instituições escondiam as coisas que não davam certo. Hoje, as instituições discutem essas coisas abertamente. Foi difícil chegar a esse ponto, mas entendemos que precisamos melhorar e temos que enfrentar esses eventos de alma e peito abertos.”
Antonio Jorge Dias Fernandes dos Santos, coordenador de Educação do CBA
“O CBA é um organismo acreditador diferenciado. Nós entendemos que uma empresa como a JCI, que é parceira do CBA, seleciona as empresas para se associar de maneira extremamente criteriosa. E durante esses anos todos a JCI tem avaliado a capacidade do CBA representá-lo adequadamente. E isso a gente tem feito de uma forma muito interativa com eles. O CBA também tem contribuído com seus produtos próprios ao longo desses 20 anos no sentido de avaliar sempre a conformidade com os melhores padrões que garantam a assistência ao paciente da maneira mais segura possível em um meio que todos sabemos que é extremamente perigoso, com uma série de riscos que são os cuidados de saúde.”
José de Lima Valverde Filho, coordenador de Acreditação do CBA.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Conceito revolucionário de justiça social norteia novo MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde



Conceito revolucionário de justiça social norteia novo MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde

Com abordagem inédita no Brasil, curso destina-se à formação e aprimoramento de diretores e líderes de instituições de saúde


Um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS), a equidade em saúde representa um passo adiante no conceito de justiça social. Não é apenas promover igualdade de oportunidades e de distribuição. A ideia é dar assistência a quem mais precisa, para eliminar as diferenças. Aliada à ética, a equidade é um fator imprescindível na busca pela qualidade na gestão do setor da saúde, o que vale tanto para instituições particulares e públicas. Esta visão inovadora da busca pela qualidade é um dos pontos-chave do MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde, fruto de uma parceria entre o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), o Instituto Educacional Luterano Bom Jesus (IELUSC) e o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Dona Helena (IDHEP), e que terá a sua primeira turma no próximo mês de julho, em Santa Catarina.
Atualmente, o CBA mantém também parcerias com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e com a Faculdade de Educação em Ciência da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), para a realização de cursos de especialização ou MBA para gestão da qualidade. “Estes cursos são importantes porque nos possibilitam treinar e capacitar um número cada vez maior de pessoas e, principalmente as lideranças”, afirma a médica Maria Manuela Alves dos Santos, superintendente do CBA. “Hoje, está claro que se não tivermos lideranças capacitadas, treinadas e informadas sobre a qualidade, não alcançaremos os padrões de qualidade e segurança importantes para toda a cadeia do processo de cuidado”, conclui.
Único no país
 “O tema desse curso vem suprir uma necessidade totalmente inovadora, que é a questão da ética e da equidade. Esse é o diferencial do curso”, destaca a coordenadora geral do MBA, Solange Abrocesi, enfermeira com mestrado e doutorado em saúde pública. De acordo com ela, são esses conceitos aplicados à gestão que vão possibilitar que o profissional assuma um comportamento diferente. “Estamos falando de uma gestão voltada para pessoas, que pense em pessoas, na saúde e na doença, sobretudo naquelas decisões que são críticas. Com esta base, o profissional vai estar preparado para tomar uma atitude subsidiado por conceitos introjetados, no que diz respeito à equidade, pensando na justiça e na igualdade”, completa ela, que é professora do curso de graduação em enfermagem da Faculdade IELUSC.
Coordenador técnico do MBA, o patologista Carlos José Serapião é o idealizador do curso e explica que os temas centrais qualidade, ética e equidade se sustentam no tripé formado pelas instituições que se uniram para a realização do MBA: a estrutura acadêmica do IELUSC, que garantiu o cumprimento de todas as normas para a regularização do curso junto ao Ministério da Educação. Outro ponto é a questão da qualidade e do esforço de melhoria continuada dos serviços de saúde, onde se encaixa a missão do CBA, relacionada à qualidade e a segurança no cuidado ao paciente. E por fim, o Hospital Dona Helena, que através do Instituto de Ensino e Pesquisa, é o principal orientador da estrutura técnica do curso. “A junção dessas três entidades se dá porque cada uma delas tem uma diferente responsabilidade em relação ao novo curso de pós-graduação”, afirma ele que é o coordenador do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Dona Helena e atual presidente da Regional de Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Bioética.
Maria Manuela reforça que o MBA tem conteúdo técnico desenvolvido a partir de demandas reais do CBA para a formação de especialistas na área. “O programa do curso está totalmente de acordo com as diretrizes que guiam o nosso trabalho pela melhoria da qualidade e segurança na saúde há 20 anos”, completa ela.
 Ética ou compliance?
Aliada ao conceito de equidade, a ética será abordada em diversos aspectos, como conta Serapião. “Começamos com a ética do atendimento do profissional de saúde e os diversos níveis em que se manifesta: a autonomia do paciente, a reprodução assistida, o cuidado paliativo, o cuidado com o final da vida, para citar alguns. Outro componente é a eticidade do profissional frente a essa ação, em que temos um humano cuidando de outro humano. Uma relação que não pode ser poluída por nenhum conflito de interesse. E por fim, temos os profissionais médicos entre si”, destaca ele. O coordenador do curso destaca que paralelamente às questões relativas à ética, surge a discussão a respeito do compliance, que seria a garantia de observação de toda a questão ética de acordo com as melhores práticas, “sem esquecer que estamos tratando de uma empresa que vai lidar com a vida humana, com a dignidade da vida”, reforça ele.
Estrutura inovadora
Não são só os temas do MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde que são novidade. A estrutura do curso também foi concebida de forma diferenciada. Multidisciplinar, o programa foi dividido em eixos temáticos, para que em cada módulo, os alunos tenham foco nos tópicos propostos dentro de assuntos mais amplos. “Esse curso é inovador também no que diz respeito à transmissão do conhecimento e traz os temas distribuídos dentro desses eixos construtivos”, ressalta Serapião. Responsável pela divisão dos temas, a professora Solange Abrocesi explica que os eixos construtivos se complementam e aprofundam o conhecimento à medida em que o aluno vai progredindo. Ela é taxativa: “não existe no Brasil nem um outro curso de MBA com essa proposta, do que jeito que este está elaborado”, garante.
De caráter multidisciplinar, o MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde é destinado “a todos os profissionais graduados que tenham interesse na questão da administração, sejam eles advogados, enfermeiros, médicos, psicólogos ou arquitetos. O foco é a gestão, independente da formação”, esclarece a professora.
Para garantir o nível de excelência do MBA, os coordenadores não pouparam esforços para encontrar profissionais com expertise em cada um dos temas e subtemas. “Esse curso tem 10 doutores, 12 mestres e 3 especialistas. Não é um curso para iniciantes”, afirma Serapião. O MBA em Gestão da Qualidade, Ética e Equidade em Saúde está previsto para começar em julho. Com aulas mensais, sempre no terceiro fim de semana do mês, o MBA terá duração de 18 meses e carga horária de 474h, divididas em aulas presenciais, EAD, orientação e elaboração de TCC. As aulas presenciais serão ministradas em Joinville (SC), nas dependências do IDHEP e do IELUSC.



quarta-feira, 20 de junho de 2018

Hospital Santa Catarina de Blumenau rumo a Acreditação JCI


Hospital Santa Catarina de Blumenau busca visão mais sistêmica dos processos da qualidade com acreditação internacional JCI


Instituição com longa caminhada na busca por padrões de excelência no cuidado prestado aos pacientes, o Hospital Santa Catarina de Blumenau encontrou na acreditação da Joint Commission International (JCI) a chance de ter uma visão mais detalhada e sistêmica dos processos internos. De acordo com a supervisora da Qualidade da unidade, Karina Paris, “a uniformidade dos processos na instituição, assim como nos serviços terceiros, alcançada pelos padrões JCI, garante maior segurança na condução dos mesmos”. Segundo ela, há uma preocupação de que a segurança e a qualidade se reflitam ‘na ponta’, ou seja, na prestação do cuidado, conduz a instituição, seus colaboradores e médicos para um nível mais elevado de entrega. “A parceria com o serviço terceiro se estreita e juntos todos buscam a excelência”, explica.
Para iniciar o processo de acreditação, a equipe do Hospital contou com a expertise do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), associado da JCI no Brasil. “Os trabalhos de educação desenvolvidos pelo CBA junto ao nosso Hospital têm sido de suma importância para o início dessa caminhada. A capacitação no manual por especialistas permite maior entendimento dos padrões e uma interpretação clara do que se está pedindo nos elementos de mensuração, levando assim a construção de planos de ação pertinentes”, sublinha Paris. De acordo com ela, a semana de diagnóstico foi muito produtiva e de grande aprendizado. “Ter três especialistas avaliando os processos da instituição e ao mesmo tempo contribuindo com seus conhecimentos deu às lideranças e colaboradores um apoio importante para o desenvolvimento do trabalho futuro”, destaca.
Além da semana de diagnóstico, a instituição também contou com a visita de um consultor do CBA para ministrar uma aula de capacitação sobre o Manual JCI para Hospitais – 6ª edição ao grupo de líderes. “A participação dos líderes e colaboradores no processo de avaliação diagnóstica mostrou que todos estão engajados na implementação das melhorias necessárias e com os gaps identificados”, comemora Paris.
Segundo a supervisora, com a vantagem de o hospital já trabalhar a cultura da qualidade no seu dia a dia, as equipes têm mais facilidade na implementação dos padrões da JCI. Além disso, a maioria das oportunidades de melhoria identificadas são ajustes nos processos já existentes na instituição. A exceção fica por conta da construção do processo de avaliação do corpo clínico, já embrionariamente iniciado pelo hospital há alguns anos. “Esse é um processo complexo, que incluí não somente a construção de dados, mas a mudança de cultura da equipe médica e, portanto, é um dos pontos de atenção do grupo de médicos que irá trabalhar os padrões da JCI relacionado aos processos médicos”, explica.
A avaliação será trabalhada por um grupo de médicos, criado no início do processo de acreditação, com representantes das principais áreas assistenciais, que irão apoiar na implementação das melhorias relacionadas aos processos médicos e na disseminação junto ao corpo clínico. “Esse grupo será coordenado pela médica da Qualidade e todos são subordinados ao superintendente médico Dr. Mario Celso Schmitt. Como supervisora da Qualidade, a orientação ao grupo será de minha responsabilidade e entendo que com essa estrutura de trabalho as dificuldades serão minimizadas”, diz Paris.
Para verificar se o conhecimento sobre os padrões da JCI está sendo assimilado, Paris explica o vem sendo desenvolvido na instituição desde 2017. “Temos um trabalho interno, em que eu e o médico da Qualidade realizamos avaliações tracers nas unidades. Esse trabalho nos permite avaliar não só os processos, mas o quanto os colaboradores e líderes têm conhecimento sobre eles. Essa atividade ajuda na disseminação das práticas de excelência e na educação continuada das equipes, assim como na identificação de melhorias contínuas para a manutenção dos processos de excelência. Outra forma que utilizamos para verificar o conhecimento é a avaliação de diagnóstico, que junto ao diagnóstico interno, realizado pelas lideranças de capítulos e pela Qualidade, dará subsídios para evoluir em planos de ação e programas de educação continuada”, conclui. 

 www.cbacred.org.br


terça-feira, 19 de junho de 2018

CBA na Expo Clínicas


Maria Manuela Alves, superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) – 
associado da Joint Commission International no Brasil, 
irá mediar palestra no Expo Clinicas - Médicos S/A 
nos dias 14 e 15 de setembro de 2018.
- O que a saúde pode aprender com o trabalho de equipe e segurança da aviação - Patrick Mendenhall - Piloto da Delta AirLines e autor de Beyond the Checklist.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Consórcio Brasileiro de Acreditação e Joint Commission International: 20 anos de parceria

Consórcio Brasileiro de Acreditação e Joint Commission International: 20 anos de parceria

Nos dias 29 e 30 de maio, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e a Joint Commission International (JCI) celebraram 20 anos de atuação no Brasil, com uma reunião interna de planejamento e com uma cerimônia no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), o primeiro no mundo a ser acreditado com a metodologia JCI.
“Só temos que nos orgulhar por ter contribuído para a construção da cultura da qualidade na Saúde, em todo o mundo, ser exemplo de coragem e determinação na busca pela qualidade e segurança em Saúde”, disse a Diretora Executiva de Prática Assistencial, Qualidade, Segurança e Meio Ambiente do Albert Einstein, Cláudia Garcia, durante a cerimônia de entrega da sexta reacreditação do HIAE, ocorrida no dia 30, em São Paulo.
A entrega do certificado foi feita pelo vice-presidente de Acreditação, Padrões e Medidas da JCI, Paul Chang, diretamente ao presidente da Sociedade Beneficente Brasileira Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner. A cerimônia contou ainda com a presença do diretor geral e do presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Israelita, respectivamente, Henrique Sutton de Souza Neves e Cláudio Lottenberg, de representantes do CBA – José de Lima Valverde Filho, coordenador de Acreditação, José Carvalho de Noronha, diretor de Relações Internacionais, e Maria Manuela Alves dos Santos, superintendente – e de membros da JCI (Paul Eskew, diretor executivo de consultoria internacional, e Christiane Grannan, executiva de contas internacionais da JCI).
A Diretora Cláudia Garcia resumiu o significado do hospital em ter a acreditação JCI: “É demonstrar credibilidade, transparência e compromisso com a melhoria continua e o trabalho colaborativo, sendo referência em qualidade, verdade e colaboração e inspirar confiança e determinação na busca contínua pela melhoria da assistência e das operações”.

Parceiro associado
Antes de ir a São Paulo, a alta direção da JCI esteve no Rio de Janeiro reunida com as lideranças do CBA, reafirmando a parceria entre as duas instituições e traçando os planos de atuação para os próximos anos. “A última vez que estive no Brasil foi há 3 anos. Promovemos esse encontro entre meus colegas da JCI e a equipe do CBA para nos familiarizar com a atual situação da saúde no Brasil”, diz Paul Chang. Segundo ele, o Brasil tem a maior população da América do Sul e é visto como um mercado importante para a JCI. “Atualmente, a JCI conta com 5 avaliadores brasileiros, oriundos do CBA, e vê com bons olhos a oportunidade de ter um relacionamento mais próximo com profissionais e organização de cuidado em saúde”, comenta.
Para Maria Manuela, superintendente do CBA, a acreditação e a melhoria da performance são processos contínuos e não acontecem apenas quando os avaliadores estão atuando na instituição que busca a acreditação. “Essa atuação é constante e o que estamos fazendo durante esses 20 anos de parceria com a JCI, que vê esse relacionamento com as organizações de saúde como de suma importância para o desenvolvimento da qualidade e segurança da Saúde no Brasil, tanto no setor privado quanto público”.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Auditoria interna da Qualidade cresce em unidades de saúde do país



Auditoria interna da Qualidade cresce em unidades de saúde do país
CBA oferece curso para quem quer atuar na atividade
Responsável por verificar a conformidade, ou não, dos processos e detectar possíveis problemas, recomendando providências corretivas, o auditor interno da Qualidade é uma função cada vez mais presente em unidades de saúde, especialmente naquelas que estão buscando a acreditação ou que já são acreditadas e se empenham para manter a chancela. A auditoria interna hospitalar contribui para a melhoria da cultura organizacional e o resultado operacional, através da mensuração e aperfeiçoamento da qualidade, com gerenciamento de processos e informações administrativas, clínicas e financeiras, auxiliando diretamente no planejamento estratégico institucional. Cabe ao auditor fazer cumprir uma política de autoavaliação que garanta o êxito e a continuidade dos métodos implementados.
Com o crescente interesse das instituições de saúde por aperfeiçoar seus processos, a busca por essa especialização também aumentou. Para atender a esse público, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) desenvolveu o curso Auditores Internos da Qualidade. A próxima edição acontece em São Paulo, nos próximos dias 21 e 22 de maio. O engenheiro mecânico pós-graduado em Análise de Sistemas, especialista em gestão de processos em unidades de Saúde e educador na Coordenação de Educação do CBA, Antonio Jorge Dias Fernandes dos Santos, será o responsável por ministrar o curso. Nesta entrevista, ele explica a importância da atividade dentro das instituições, ressalta a necessidade de se capacitar e detalha a formação oferecida pelo CBA.
Como a capacitação oferecida pela CBA pode ajudar o profissional que deseja atuar na área de Qualidade dentro das unidades?
O curso é voltado para profissionais que já trabalham na área da Saúde e que buscam se educar nesse olhar, conhecer os processos, se aperfeiçoar nessa experiência. É muito comum que instituições acreditadas ou que procuram pela acreditação atribuam a incumbência de atuar na Qualidade a pessoas que já exercem algum cargo na unidade e que demonstrem interesse pela função. Por isso, é fundamental a qualificação.
Qual é a importância dessa função dentro dos hospitais?
É indispensável que as unidades que buscam a excelência em seus processos tenham mecanismos para se autoavaliarem. Dessa maneira, é possível manter os padrões exigidos e prevenir problemas.
Como serão as aulas?
O conteúdo é dividido em dois dias de curso, com carga horária total de 16 horas. Vamos abordar os processos de Qualidade, com foco na área de Saúde, e promover exercícios em grupo como, por exemplo, a elaboração de check lists de auditoria em setores importantes das unidades. A ideia é que os participantes possam ter uma vivência de como funciona a atividade no dia a dia dos hospitais.
Qual é o público-alvo do curso?
São profissionais com formação de nível superior nas áreas da Saúde ou em Administração e Engenharia. Nesses dois últimos casos, é importante que tenham experiencia em gestão ou prática em serviços de saúde.
Qual o conteúdo programático do curso?
Falaremos sobre a importância e o papel dos auditores internos; estrutura, planejamento e organização do Corpo de Auditores e suas técnicas; gestão e cuidados ao paciente, entre outras abordagens. Os conceitos expostos no curso são baseados nas óticas da ISO 9001-2008 e do processo de Acreditação Internacional – metodologia JCI.
Mais informações e inscrições em http://ead.cbacred.org.br/curso/auditores-internos-da-qualidade-curso-presencial ou pelo telefone (21) 3299-8200.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O que ainda precisamos fazer pela segurança do paciente?



O que ainda precisamos fazer pela segurança do paciente?
Por José de Lima Valverde Filho,
médico e coordenador de acreditação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA)

Mês passado o Brasil celebrou o “Abril pela Segurança do Paciente”, data instituída pelo Ministério da Saúde por ocasião do lançamento do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Passados cinco anos, nem todas as instituições de saúde do país implantaram o Núcleo de Segurança do Paciente, apesar da obrigatoriedade da RDC 36, de julho de 2013.
Apesar da cultura de segurança estar mais disseminada entre os profissionais de saúde brasileiros, ainda ocorrem, em proporções elevadas, eventos adversos evitáveis relacionados a falta de adesão a procedimentos de segurança. Entre esses eventos, estão os associados a administração de medicamentos por profissionais da saúde. São eventos com alta probabilidade de proporcionarem significantes danos aos pacientes, como morte ou lesões permanentes. Embora a OMS assegure que é difícil estimar a prevalência desse tipo de evento – denominado genericamente de erro de medicação –, devido à variação de definições e sistemas de classificação utilizados, as taxas de prevalência de ocorrência são amplamente variáveis em diferentes partes do mundo. Um estudo do Reino Unido identificou que 12% de todos os pacientes de cuidados primários podem ser afetados por um erro de prescrição ou monitoramento ao longo de um ano, aumentando para 38% naqueles acima de 75 anos. Em pacientes que receberam cinco ou mais drogas durante um período de 12 meses, esse risco é de 30%. Outro estudo sueco encontrou uma taxa de erro de medicação de 42%. Já na Arábia Saudita, um levantamento concluiu que pouco menos de 1/5 das prescrições de cuidados primários continha erros, sendo uma minoria, de maior gravidade. No México, um apontamento revelou que 58% das prescrições continham erros, a maioria de dosagem (27,6%).
Embora haja alguns levantamentos pontuais, ainda não se tem um retrato efetivo sobre ‘erros de medicação’ no Brasil. No entanto, esses exemplos demostram que estamos diante de um problema global. Além dos erros de prescrição, quando o profissional se equivoca, de diferentes modos, na prescrição correta do medicamento, as falhas podem ocorrer na  dispensação (quando a farmácia envia o medicamento errado); por omissão (quando um medicamento prescrito não é administrado, sem justificativa técnica); por erro de horário (quando os intervalos de administração são errados ou o medicamento é administrado fora do horário ou do intervalo terapêutico); de administração não autorizada de medicamento (quando sem ordem médica, um medicamento é administrado); de dosagem (quando a dose é inferior ou superior a prescrita);
erro de apresentação (quando o medicamento certo é administrado, mas pela via inadequada ou apropriada); erro de preparo (quando a diluição do medicamento, por exemplo, é feita com diluente inapropriado); erro de administração (quando a via é errada, por exemplo intramuscular ao invés da venosa);
erro com medicamentos já inadequados ao uso (quando medicamentos expirados ou vencidos são administrados); e erro de monitoração (quando são ignoradas as atenções com os possíveis eventos colaterais ou indesejáveis de alguns medicamentos).
Portanto, as oportunidades de erros são grandes e somente a qualificação de todos os envolvidos na cadeia de medicamentos (da aquisição a administração) pode diminuir a incidência desses casos, que são comumente causados por problemas de comunicação ineficiente, ambiguidades em nomes de produtos, instruções de utilização, abreviaturas ou escrita médicas, maus procedimentos ou técnicas, ou uso indevido do paciente por causa da má compreensão das instruções de uso do produto.
Para evitar que as possibilidades de erros aconteçam é preciso estabelecer e rever processos permanentemente. Apontar culpados só permitirá a reincidência. Em caso de incorreções, a transparência é essencial para evitar danos maiores. O NHS, sistema nacional de saúde do Reino Unido, criou o chamado o “Duty of Candour”, que estabelece, entre outros, o dever do profissional e/ou da instituição em comunicar aos pacientes e familiares sobre erros. Estudos demonstram que a transparência reduz o litígio.
Entretanto, nosso maior desafio é lidar com a conscientização do problema. Uma questão significante é a falta de sensibilidade da indústria farmacêutica que continua a produzir fármacos diferentes, em embalagens e apresentações muito semelhantes. É importante também ressaltar que os cuidados com medicamentos devem ser estendidos a outros produtos, como contrastes e alimentação enteral, por exemplo. Por fim, mas de altíssima significância, as estratégias empregadas para a redução de erros de medicação não podem, em absoluto, prescindir do papel de farmacêuticos clínicos. Entre outras atividades de responsabilidade na cadeia de aquisição e uso de medicamentos, são eles que avaliam as prescrições quanto a interações medicamentosas e a adequação as condições dos pacientes. Outros suportes reduzem a probabilidade de erros, como a prescrição eletrônica e programas educacionais, geralmente em intervenções multifacetadas. Há também uma necessidade de intervenções pontuais como a preceptoria de especialistas para o uso apropriado de determinados fármacos como os antibióticos.

A Joint Commission International (JCI) e seu associado brasileiro, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) tem feito importantes esforços no sentido de disseminar os padrões de Gerenciamento e Uso de Medicamentos, que é bastante amplo e aborda várias questões sobre fármacos. Se, efetivamente, implantados reduzem a incidência de erros de medicação. A Meta Internacional de Segurança do Paciente de número 3 aborda, especificamente, as condições de identificação, segregação e uso de medicamentos de alta vigilância e dos eletrólitos concentrados. O CBA tem ainda abordado o assunto em cursos, palestras, seminários, congressos e nos seus cursos de MBA e de pós-graduação.

Esse é um esforço conjunto. Só se muda um comportamento, com diálogo e enfrentamento do problema. Se queremos um Brasil com mais segurança para o paciente, precisamos estar imbuídos verdadeiramente de esforços e comprometimentos para que desenhemos processos cada vez mais seguros.


  

Entrevista: Claudia Jorgenson, responsável pela revisão de padrões de programas de acreditação e certificação da JCI

Atuando como diretora de Desenvolvimento e Interpretação de Padrões da Joint Commission International (JCI) desde 2012, Claudia Jorgenson é a responsável pela revisão dos padrões dos sete programas de acreditação e dos programas de certificação da JCI. Recentemente, ela esteve no Brasil para conhecer as principais questões e expectativas em relação aos novos padrões para acreditação de ambulatórios, ouvindo representantes de ambulatórios acreditados e de outras organizações do país em processo de educação para acreditação, preparados pelo associado brasileiro da JCI, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). A metodologia para o desenvolvimento dos novos padrões ambulatoriais, que serão lançados em 2019, prevê ainda outros encontros de membros da JCI com representantes de instituições de saúde em diferentes áreas do mundo, os chamados grupos focais.
Animada com o resultado do encontro no Brasil, Claudia Jorgenson destacou a riqueza das informações coletadas e se disse recompensada pela troca de experiências com gestores tão preocupados com a questão da qualidade no atendimento em saúde e na segurança do paciente. Confira a entrevista completa!
Qual a importância de realizar encontros com representantes locais?
A JCI precisa receber feedback das pessoas que usam os padrões para ter a certeza de que realmente estejam melhorando a qualidade. É importante saber se esses padrões estão funcionando bem para essas instituições.
Como a JCI analisa essas informações de todo o mundo e as filtra para elaborar os novos padrões?
Essa informação é coletada e levada para a minha equipe. Nós procuramos encontrar temas e assuntos que tenham sido mencionados várias vezes, por diferentes pessoas. Com base nesse feedback, analisamos como é possível melhorar os padrões. Fazemos esse estudo em várias partes do mundo, porque estamos falando de padrões que são usados internacionalmente.
Quantas reuniões e em quais locais essas reuniões são realizadas?
Tentamos ir a diferentes regiões, para ter certeza de que teremos feedbacks variados. Procuramos localizar onde existem mais ambulatórios acreditados. O Brasil tem cerca de 18 ambulatórios acreditados, no Oriente Médio são aproximadamente 25. E estamos buscando também trabalhar na região da Ásia: na Tailândia e na Coreia são aproximadamente 20 ambulatórios acreditados. Buscamos receber o feedback dos clientes que utilizam os nossos padrões.
Por que há a necessidade de elaboração de novos padrões e protocolos?
Porque o cuidado ao paciente está sempre mudando. Sempre surgem coisas novas. Por exemplo, em relação à tecnologia da informação. Muitas organizações estão usando prontuários médicos eletrônicos. Então, temos que desenvolver padrões que enderecem às questões da segurança da informação em relação aos prontuários médicos eletrônicos.
De quanto em quanto é preciso fazer revisões dos padrões existentes?
Tentamos fazer a cada três ou quatro anos. Nossos padrões são certificados pela International Society for Quality in Healthcare (ISQua) e a cada quatro anos temos que fazer a acreditação dos nossos próprios padrões. Então, tentamos atualizá-los dentro desse período.
Quais as principais questões trazidas pelos representantes de ambulatórios acreditados de todo o mundo, em especial, do Brasil?
A mais importante foi como customizar os padrões para instituições menores, não hospitalares. Como customizar padrões que são de hospitais para ambulatórios. Mundialmente falando, vimos que temos que ter padrões mais específicos para centros médicos distintos, como odontológicos, de diagnóstico e de exames de imagem. O Brasil trouxe muito essa questão da necessidade de padrões aplicáveis a organizações menores. Os brasileiros também trouxeram preocupações relacionadas a tratamentos oncológicos e à saúde mental dos próprios funcionários, em relação à dificuldade de lidar com o dia-a-dia, com as questões de erros no tratamento e mesmo a dificuldade em lidar com pacientes oncológicos, ou seja, fatores mais ligados ao emocional e à saúde mental do funcionário.
Quando você fala customização, na realidade é uma adequação? Por que isso é necessário?
Os pacientes internados e ambulatoriais têm os mesmos tipos de problemas, mas de formas diferentes. Então, vamos analisar o exemplo das quedas. Pacientes internados têm risco muito maior de queda. Dentro do hospital, ele está dentro de um quarto, sem a família, com risco maior de queda. Geralmente, está doente e pode estar numa condição de fraqueza maior, então a avaliação do risco de queda e intervenção para a prevenção de quedas é diferente. O paciente no ambulatório está geralmente bem, andando perfeitamente. Alguns deles têm risco de queda. Pode não ser um risco tão grande quanto o dos pacientes internados, então temos que olhá-los de forma diferente.
A partir das questões trazidas pelos representantes de ambulatórios acreditados no Brasil já houve alguma discussão sobre respostas e soluções?
Houve a coleta dessas informações. Minha equipe vai se debruçar sobre o assunto e mais tarde eu vou retornar a essas instituições com as recomendações. Essas instituições vão fazer um ‘trabalho de campo’ com base nessas recomendações e posteriormente vão repassar à JCI as conclusões: o que foi e o que não foi aplicado, o que deu certo e o que não deu resultado. A equipe da JCI vai trabalhar novamente sobre esse material para então definir os novos padrões a partir das sugestões que foram feitas. Esse é o ciclo de desenvolvimento de novos padrões.
De que forma os padrões / protocolos JCI podem ajudar a melhorar a qualidade e segurança na saúde?
Acredito que os padrões ajudam as organizações a identificar onde é preciso trabalhar. Os padrões foram desenvolvidos com base em situações que foram analisadas ao longo dos anos e que poderiam causar danos aos pacientes. A implementação dos padrões deve reduzir os riscos dos pacientes de terem danos.
Como avalia a saúde no Brasil?
É difícil dizer, porque eu não tenho grande experiência sobre o cuidado assistencial no Brasil. Mas gostaria de registrar que acho maravilhoso que as pessoas tenham dedicado seu tempo para discutir sobre melhorias dos cuidados ao paciente em suas organizações. São pessoas muito ocupadas que reservaram tempo para vir a esse encontro, trocar experiências comigo. Algumas vieram de outros estados, de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul. Então, eu me sinto muito recompensada em ver que há esse interesse e essa preocupação por parte desses profissionais.



www.cbacred.org.br