Planos de saúde terão que dar dados sobre contratos e consultas, diz ANS
Operadoras de planos de saúde terão que dar mais informações aos
usuários sobre contratos, histórico de consultas e exames e os critérios
utilizados para o cálculo de reajuste das mensalidades.
As medidas fazem parte de uma nova resolução da ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) à qual a Folha teve acesso. A norma será publicada nesta
sexta-feira (27).
Uma das principais mudanças é a obrigatoriedade das operadoras passarem
a informar, com até um mês de antecedência, os fatores considerados no cálculo
do reajuste dos chamados "planos coletivos" –ligados a empresas e
associações profissionais, por exemplo.
Hoje, esse modelo corresponde a 80% dos usuários de planos de saúde do
país, o equivalente a 40 milhões de pessoas.
De acordo com a resolução, empresas e administradoras de benefícios que
contratam os planos de saúde para os usuários devem ter acesso a esses
critérios até um mês antes das novas mensalidades entrarem em vigor.
Caso não haja conclusão do cálculo até esse prazo, deve ser fornecida
uma estimativa inicial. O prazo final é de até dez dias antes.
Segundo a diretora de desenvolvimento setorial da ANS, Martha Oliveira,
a expectativa é que a informação possa aprimorar o processo de negociação dos
reajustes. "Em alguns casos, há uma negociação explícita [entre o RH de
uma empresa e a operadora, por exemplo], mas em outras não. Há algumas
negociações em que é simplesmente passado um índice, e ninguém sabe como se chegou
a esse cálculo", afirma.
A norma entrará em vigor em agosto de 2016. Em caso de descumprimento, a
multa prevista é de R$ 25 mil.
A resolução também prevê que os usuários possam consultar, por meio de
uma área restrita dentro do site da operadora, seu histórico de consultas,
exames e internações realizadas no plano de saúde.
Junto a esses dados, operadoras também devem informar o valor pago a
médicos e hospitais pelos serviços.
Segundo Oliveira, o modelo deve permitir que os usuários possam
recuperar com mais facilidade as datas das últimas consultas e exames –o que
muitos esquecem. A atualização das informações deve ocorrer, no mínimo, a cada
seis meses.
fonte FOLHA DE SÃO PAULO
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