Ministério lança projeto de apoio ao judiciário para as ações em saúde
Alexandre Penido
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, lançou nesta segunda-feira (7), uma
ferramenta com subsídios técnicos para apoiar o judiciário nas decisões
relacionadas à saúde em todo o país. O objetivo é fornecer subsídios com base
em evidências científicas para a solução das demandas analisadas pelos
magistrados. Entre os dias 7 e 8 de novembro, juízes brasileiros participam da
primeira oficina para consultoria aos Tribunais de Justiça e Tribunais
Regionais Federais.
“É um grande avanço no processo de judicialização no país. Todos os
procedimentos e medicamentos que estão incorporados ao sistema no SUS estarão
disponíveis e servirão para uma consulta voluntária do magistrado dentro de sua
autonomia. O atendimento desses direitos tem sido feito, mas queremos que sejam
feitos sem que representem a desestruturação de um orçamento que estava
planejado para atender a população como um todo”, destacou o ministro Ricardo
Barros.
A medida é resultado de uma parceria com o Hospital Sírio-Libanês que
irá criar documentos de apoio aos Núcleos de Avaliação Tecnológica do
Ministério da Saúde e do Judiciário. O termo também prevê apoio ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), para a criação de uma base de dados e ferramentas de
consulta que permitirão maior eficiência na gestão dessas informações.
Pelo Termo de Cooperação Técnica firmado entre o Ministério da Saúde e o
CNJ em agosto deste ano, os tribunais ou Núcleos de Apoio Técnico do Poder
Judiciário (NAT-JUS) vão ter a disposição o suporte técnico-científico dos
Núcleos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATS) para a produção de notas
técnicas que possam aperfeiçoar o julgamento das demandas judiciais.
Além disso, os NATS e NAT-JUS poderão ter acesso às bases de dados para
análise de evidências científicas, inclusive a Biblioteca Cochrane (Centro
Cochrane do Brasil), instituição sem fins lucrativos, e outros acervos
científicos se for o caso. Também ficou pactuado que cabe ao CNJ abrigar e
disponibilizar, no seu site, um banco de dados com as notas técnicas e
pareceres técnico-científicos consolidados emitidos pelos NAT-JUS, TJ-MG, NATS,
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec), podendo ser
consultado por magistrados e demais operadores do Direito.
O Ministério da Saúde tem subsidiado o Judiciário com informações que
visam contribuir para a compreensão da formatação constitucional e legal do
SUS, bem como para os tratamentos oferecidos. O diálogo é mantido com
todos os atores envolvidos na judicialização da Saúde - promotores,
procuradores, advogados, juízes, desembargadores e ministros.
RECURSOS GASTOS – Em seis anos, foram destinadospela União R$ 3,2
bilhões para atender a determinações judiciais para a compra de medicamentos,
equipamentos, dietas, suplementos alimentares, gastos com cirurgias, internações
e depósitos judiciais, um incremento de 797% entre 2010 e 2015. Em 2016, até
setembro, a cifra já chega a R$ 1,05 bilhão. Até o final deste ano, a
expectativa é que o gasto chegue a R$ 1,6 bilhão. Incluindo também estados e
municípios, a perspectiva é de que o gasto com determinações judiciais neste
ano chegue a R$ 7 bilhões.
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA – O Ministério da Saúde aumentou em 53% a
oferta gratuita de medicamentos entre 2010 e 2015 por meio da Relação Nacional
de Medicamentos (Rename), de 500 para 844 itens. Em 2015, a pasta
investiu R$ 15,8 bilhões na compra de medicamentos, o que representa um aumento
de 129% se comparado a 2010, quando foram gastos R$ 6,9 bilhões. A pasta
distribui gratuitamente 14 medicamentos, sendo 11 para hipertensão e diabetes e
três para asma.
A incorporação de novas tecnologias no SUS tem sido feita a partir da
análise da eficácia, efetividade e custo-benefício das mesmas, e é acompanhada
de regras precisas quanto à indicação e forma de uso. Isso permite orientar
adequadamente a conduta dos profissionais de Saúde, além de garantir a
segurança dos pacientes. A análise é feita pela Conitec, criada em 2012 com o
objetivo de assessorar o Ministério da Saúde na decisão de incorporação de
novas tecnologias no SUS.
Fonte - PORTAL DA SAÚDE
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